Economia

Bolsonaro determinou que Renda Brasil seja estudado por mais tempo, diz Guedes

01 set 2020, 12:26 - atualizado em 01 set 2020, 12:26
O ministro da Economia, Paulo Guedes e o presidente da República, Jair Bolsonaro, durante  reunião com o Ministro-Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos e Parlamentares.
Cobertor curto: segundo Guedes, Bolsonaro não quer tirar recursos do abono salarial (Imagem: Presidência/ Marcos Corrêa)

O Renda Brasil, que está sendo gestado para reunir programas sociais numa só iniciativa, será estudado por mais tempo e deverá mirar o andar de cima para reforçar o andar de baixo, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes, mencionando orientação dada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Em audiência pública no Congresso nesta terça-feira, Guedes afirmou que a extensão do auxílio emergencial dará mais tempo para que o Renda Brasil seja analisado.

“O presidente falou: melhor estudar isso um pouco mais, eu estou sentindo que eu estou pegando dinheiro do abono salarial, que é de faixa de um a dois salários mínimos, e transferindo isso para os mais pobres ainda”, afirmou ele.

Guedes disse ter pontuado a Bolsonaro que a ideia com a focalização do abono era consolidar todos os programas.

“Mas nós vamos pegar também dinheiro do andar de cima, vamos pegar do andar do lado”, completou. “Então deixa um pouco para frente, trabalhem isso um pouco mais e a gente conversa de novo ali na frente –foi a opção do presidente.”

Teto de gastos

Guedes também defendeu a regra do teto de gastos como a única âncora fiscal que sobrou num país que tem todas as despesas obrigatórias indexadas e vinculadas. Na visão do ministro, quando uma emenda constitucional promover essa desvinculação –o que o governo propôs na PEC do Pacto Federativo– o teto dentro de alguns anos se tornará supérfluo, com os políticos retomando o controle sobre o orçamento.

“Criação do teto de gastos foi justamente um grito desesperado. Como os gastos cresciam sem parar, alguém chegou um dia e falou bota um teto. Só que um teto sem paredes cai, as paredes são as reformas para sustentar aquele teto, é o nosso esforço”, destacou.

Guedes afirmou que o agravante é que, além da compressão pelo teto, o governo também vive um aumento do piso, já que as despesas obrigatórias crescem por determinações constitucionais.

“Ou vai quebrar o teto em algum momento ou nós vamos travar esse piso. A PEC do Pacto Federativo é essa trava no piso”, disse.

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