Mercados

Bolsonaro ou Lula? Veja os cenários para o dólar após as eleições

24 set 2022, 14:00 - atualizado em 30 set 2022, 14:00
Urna Eletrônica
O primeiro turno das eleições se aproxima do fim e investidores projetam a cotação do dólar para o fim do ano (Imagem: Roberto Jayme/Ascom/TSE)

Não há consenso para a projeção do dólar ao final de 2022. O Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC), prevê que a taxa de câmbio terminará o ano em R$ 5,20.

Em levantamento realizado pelo Money Times, bancos e casas de análises estimam dólar de R$ 4,90 a R$ 5,50. Parte das análises, atribui a cotação, seja com viés de baixa ou de alta, ao resultado da eleição.

Ainda assim, o dólar deve fechar o ano abaixo da cotação registrada no último pregão de 2021, de quase R$ 5,60. Mesmo com eleições presidenciais e elevação de juros aqui, nos Estados Unidos, na zona do euro, no Reino Unido e nas  principais economias emergentes.

Eleição no preço

Falta pouco para o fim da disputa em primeiro turno. Dificilmente, caso haja o segundo turno, o confronto não será entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição.

O gerente de investimentos do Paraná Banco, Gustavo Batista Wanderley, aposta em dólar a R$ 5,20, em linha com o Focus, impactado pelo ciclo de alta de juros nos Estados Unidos e claro, pela eleição no Brasil.

Segundo ele, independentemente do presidente eleito, as preocupações do mercado são com o compromisso fiscal deste novo governo para 2023.

O que importa é o fiscal

O estrategista para mercados emergentes do banco francês Société Générale, Bertrand Delgado, reforça que investidores permanecerão “inquietos” sobre a sustentabilidade fiscal no pós-eleições.

“Especialmente, sobre como reverter os gastos fiscais impulsionadores, como a redução de impostos e os programas de auxílio, à medida que a economia deve exibir uma rápida desaceleração, de 2022 para 2023″, avalia.

As extremidades do dólar

O Société Générale tem a visão mais pessimista do levantamento, com projeção de dólar a R$ 5,50 ao fim de dezembro.

Já o economista-chefe da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo, é o que tem a visão mais otimista quanto ao dólar ao fim deste ano. Ele projeta um câmbio a R$ 4,90 na passagem para o ano que vem.

Entretanto, apesar da previsão mais baixa para a moeda, ele reforça que o governo, Bolsonaro ou Lula, precisa definir os rumos da política fiscal.

“O teto de gastos anda cheio de goteiras. É preciso um novo marco fiscal, mesmo acreditando que o cenário macroeconômico seja afetado pelo resultado da eleição”, diz.

Volatilidade à vista

A XP, por sua vez, ressalta que uma volatilidade é esperada para os próximos meses. “As incertezas crescentes em relação à política fiscal doméstica mantêm a taxa de câmbio pressionada e volátil”, comenta a equipe econômica.

A projeção da XP é de dólar a R$ 5,00 ao fim deste ano, no qual considera alguma descompressão adicional de prêmios de risco após as eleições.

O estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, compartilha da mesma projeção. Ele acredita que o pós-eleição será positivo para o Brasil, por motivos diferentes, com Lula ou Bolsonaro eleito.

Dólar com Lula ou Bolsonaro eleito

“Caso o Lula vença, vejo que a percepção do investidor estrangeiro em relação à pauta de meio ambiente vai melhor muito. Com isso, a gente entende que vai ter um fluxo estrangeiro positivo”, avalia o estrategista da RB.

Cruz também traça um cenário caso o presidente Bolsonaro reja reeleito.

“Com ele, a gente entende que a agenda de reformas ganha força. Talvez, outros temas não tenham tanta força. Vemos o Brasil crescendo um pouco menos, porém, avançando. Isso também fortaleceria o real”, comenta.

E a inflação?

O estrategista da RB acrescenta que vê a inflação doméstica um pouco mais controlada com o Bolsonaro do que com o ex-presidente Lula. No acumulado em 12 meses, até agosto, a taxa de inflação é de 8,73%.

Contudo, Cruz ainda vê o Brasil atraindo um fluxo de recursos após as eleições, seja qual for o novo (velho) presidente.

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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