Coluna do Antonio Samad Jr

Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11): É hora de encher carrinho com ações enquanto é tempo

29 maio 2023, 12:51 - atualizado em 29 maio 2023, 12:51
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“Todos sabemos que banco é o melhor negócio para se ter no Brasil. E dizem que o segundo melhor também é banco”, diz o colunista (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

O setor bancário tem vivido momentos difíceis nos últimos meses. No final de 2022 estourou a bomba das Lojas Americanas (AMER3), com a notícia de que a varejista tinha um rombo de mais de R$ 40 bilhões.

Depois as quebras de dois bancos internacionais, o americano Silicon Valley Bank, e o gigante suíço, Credit Suisse.

E não parou por aí. Depois veio a notícia de que o alemão Deutsche Bank também estava mal das pernas e mais recentemente foi noticiado que outra instituição dos Estados Unidos, o First Republic Bank, estaria prestes a sofrer intervenção do banco central local. Dias depois, logo no início de maio, foi anunciado sua compra pelo JP Morgan.

Como a economia mundial está globalizada e os bancos detém fatias de outras empresas e vice-versa, a crise de um setor específico pode empurrar para baixo ações de outros ramos econômicos.

Também acontece de a crise em um país contaminar diferentes mercados. Aqui no Brasil, os balanços de grandes bancos como Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) mostram que eles lucraram menos no primeiro semestre de 2023.

Na comparação com os três primeiros meses de 2022, o lucro de R$ 2,1 bilhões do Santander representa queda de 46,6% enquanto os R$ 4,3 bilhões do Bradesco ficaram 37,3% abaixo do lucro alcançado em igual período do ano passado.

Ambos, mas não só eles, sofrem com o alto provisionamento necessário para enfrentar o alto índice de inadimplência registrado nos últimos meses.

O Bradesco, por exemplo, carregava boa parte do endividamento das Americanas e sentiu bastante os efeitos da fraude descoberta no balanço da varejista.

Com tantos problemas, tantas notícias ruins há quem pergunte: vale a pena comprar ações do setor bancário neste momento? A resposta é simples. Sim, claro.

Mas vale a pena para quem deseja retorno a longo prazo. As oscilações, como já disse e gosto de sempre frisar, são ótimas para quem faz day trade, mas péssimas para investimentos de curto prazo.

Explico melhor. No curto prazo ainda há muito para ser acertado. O Congresso recém votou o arcabouço fiscal e o Banco Central ainda não reduziu os juros. Mas é preciso ponderar que o fato de não aumentar a Selic nas duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) é um sinal de que a política monetária logo sofrerá mudanças, até porque a inflação começa a perder força.

Tudo isso torna difícil fazer previsões de curto prazo. Mas no longo a tendência é que as ações dos bancos nacionais voltem a subir. O papel do Bradesco, por exemplo, estava precificado na quarta-feira, dia 24 de maio, a R$ 15,46.

O Santander a R$ 15,58. Ou seja, estão muito baratas e é claro que vão subir. Assim, quem comprar agora pensando no longo prazo tende a engordar a carteira.

Na mesma data, o Itaú (ITUB4) estava mais caro, R$ 26,36, e o Banco do Brasil (BBAS3) R$ 44,68. Apesar do preço são dois ativos muito interessantes e que também não devem ser ignorados.

O Itaú é simplesmente o maior banco do país e o de maior valor de mercado. O Banco do Brasil, sempre se mostrou ótima opção. A única ressalva é que por ser um banco público carrega o peso das decisões políticas em sua precificação.

Todos sabemos que banco é o melhor negócio para se ter no Brasil. E dizem que o segundo melhor também é banco.

Brincadeira à parte, isso é verdade. Nossas instituições financeiras aprenderam muito a ganhar dinheiro nos tempos da hiperinflação, nos anos 1980. Aprendizado esse útil até nos dias de hoje. Uma coisa é certa com ou sem crise eles lucram.

Voltando a falar de Bradesco e Santander, seus balanços mostram que eles lucraram menos e não que tiveram prejuízo. Seus lucros líquidos sozinhos são maiores do que o valor de mercado de diversas empresas listadas na B3.

Imagine quando a inadimplência começar a cair e a economia voltar a crescer. Portanto, acreditar nos papéis do banco neste momento é a oportunidade de obter boa lucratividade no longo prazo. Ainda mais que eles são bons pagadores de dividendos.

CEO da Axia Investing
Advogado com especialização em direito tributário. Atua no mercado financeiro desde 1999. Experiência de mais de 22 anos, já passou por grandes corretoras, onde atuou como sócio gestor de escritórios da Gradual, Walpires, XP e Terra Investimentos. É sócio e gestor da mesa proprietária Axia Investing.
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