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Bradesco, Itaú, Santander ou Banco do Brasil: veja que ação vai bombar em 2021

03 jan 2021, 18:00 - atualizado em 30 dez 2020, 16:49
Itaú
Pedala: Itaú Unibanco precisa acelerar atuação digital, se quiser impressionar os analistas (Imagem: Divulgação/ Itaú Unibanco)

O Inter Research iniciou a cobertura das ações do setor bancário com um extenso relatório assinado por Matheus Generoso do Amaral. O analista concentrou-se em quatro papéis: Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBAS3).

Em linhas gerais, Amaral traça um cenário otimista para os bancos em 2021. É verdade que a digitalização do setor continuará e, com ela, as fintechs seguirão no encalço das maiores instituições do país.

Estas, por sua vez, serão mais pressionadas a encontrar um novo modelo de negócios, distante do atual, baseado em ecossistemas fechados de serviços financeiros aos clientes e na presença física, por meio de agências.

Trunfos

Mas, para o Inter Research, é muito cedo para decretar a extinção dos bancões brasileiros. O braço de análises do Banco Inter (BIDI11) observa que o mercado local ainda é bastante concentrado. Os cinco maiores bancos concentram 81% dos ativos do sistema financeiro. Em países desenvolvidos, esse percentual não passa de 35%.

Além disso, os bancos brasileiros ostentam um spread médio de 14%, ante a média mundial de 5%.

Embora a conjuntura seja favorável, é claro que o sucesso de cada banco dependerá de sua habilidade de extrair o máximo de resultado da situação. Por isso, nem todas as ações do setor serão um bom negócio em 2021.

Veja, a seguir, a avaliação do Inter Research sobre o potencial dos papéis do Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil.

Itaú Unibanco está devagar demais

Recomendação: neutra
Preço-alvo: R$ 34 por ação
Valorização potencial: 8%

Para o Inter Research, o maior banco privado do Brasil precisa acelerar suas respostas aos novos tempos. “Ainda não enxergamos uma estratégia competitiva agressiva no Itaú, como o Bradesco vem fazendo com o Next, apesar dos canais digitais estarem enfrentando uma evolução do uso e fluxo de abertura de contas online, impulsionada pelas medidas de distanciamento social em 2020”, afirma o Inter.

O analista acrescenta que “os passos do Itaú ainda estão lentos se comparado aos concorrentes, embora não duvidemos da capacidade de atuação do banco, ainda cauteloso na estratégia digital.”

Santander não pode vacilar

Recomendação: neutra
Preço-alvo: R$ 47 por unit
Valorização potencial: 7%

2021 será desafiador para o Santander, a começar pelo básico: manter a rentabilidade nos níveis apresentados em 2019. “Saudamos os esforços de crescimento do banco, contudo o cenário de menores spreads pela frente e maior competição ainda nos mantém céticos quanto à manutenção deste patamar de rentabilidade”, afirma o Inter.

Santander
Ceticismo: Santander precisa provar que é tão lucrativo, quanto os demais (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

Banco do Brasil é um negócio de ocasião

Recomendação: compra
Preço-alvo: R$ 42,50 por ação
Valorização potencial: 9%

O que mais incentiva o Inter Research a recomendar os papéis é seu preço baixo. “Dado o desconto histórico de BBAS3 em relação aos pares, por volta de 30%, muito em razão aos riscos de governança, entendemos que há um desconto excessivo sobre o valor do banco. À medida que seu ROE vem melhorando, seu dividend yield acaba sendo bem mais atrativo que os de seus pares”, explica o Inter.

Bradesco tem sangue nos olhos

Recomendação: compra
Preço-alvo: R$ 32 por ação
Valorização potencial: 19%

O Inter destaca a agressividade do Bradesco com seu banco digital, o Next, e a Ágora Investimentos. “Consideramos a estratégia positiva e alinhada ao novo tipo de consumidor financeiro, porém entendemos que existe um trade off de rentabilidade que o banco pode arcar para o crescimento do Next em detrimento do crescimento de clientes no modelo digital do Bradesco, que não possui a característica de isenção de tarifas e outros custos”, afirma o Inter.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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