Commodities

Brasil entra para o clube da Colômbia com 160 mil sacas de café de qualidade certificadas em Nova York

20 nov 2020, 17:03 - atualizado em 20 nov 2020, 17:12
Café
Movimento técnico na bolsa com o café esconde alto volume de certificação do produto brasileiro (Imagem: Valter Campanato / Agência Brasil)

Neste momento de transição do mercado internacional de café, quando a safra brasileira vendida já se esgotou, e Nova York opera especulando com o clima para o próximo ciclo, a novidade é o arábica nacional de melhor qualidade certificado em grandes volumes na bolsa de commodities.

Levantamento da Cooxupé, sob registros da ICE Futures, atesta 160 mil sacas até o momento, possivelmente para entrega em março.

“É a primeira vez que acontece uma certificação nesse volume de café brasileiro. Antes era residual, muito pouco”, afirma Lúcio Dias, superintendente comercial da maior cooperativa produtora e exportadora.

O café certificado pela ICE é o tipo arábica lavado, que resulta em grãos de qualidade superior aos não lavados. E a maior parte do café arábica brasileiro é de grãos não lavados, também classificados de naturais. Cresce, inclusive, a produção de semi-lavados.

Embora a bolsa de Nova York tenha autorizado a certificação do produto brasileiro em 2010, somente em 2013 foi registrado o primeiro lote, mas com o volume atual o País entra definitivamente para o clube que tem Colômbia e Honduras (bem menos que o sul-americano), as principais origens desse café certificado.

E mesmo com essa oferta maior brasileira certificada, os preços na bolsa se mantêm firmes, o que para Dias é sinônimo de que esse café “foi adquirido em agosto, ou até mesmo antes, e estava no hedge”.

O real desvalorizado ajudou também nesse movimento.

As baixas verificadas nesta sexta (20) foram movimentos tidos como técnicos pelo executivo da Cooxupé. Os fundos tentaram fazer uma nova máxima, não conseguiram, e venderam.

O contrato março fechou em 118.05 centavos de dólar por libra-peso, perdendo 5,15 pontos, em torno de 4,30%.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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