Brasil está no fio da navalha e sem plano B, avalia Kawall

A saída da crise econômica será lenta e o Brasil precisa ficar atento ao tamanho dos desafios porque a economia está no “fio da navalha” e não existe um “plano B”. Essa é a avaliação do Banco Safra em um extenso relatório enviado a clientes nesta quinta-feira e obtido pelo Money Times.

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A equipe econômica do banco, liderada pelo economista-chefe Carlos Kawall (ex-secretário do Tesouro Nacional, espera um crescimento zero para 2017 e a Selic a 9,75% ao ano. A visão é mais pessimista do que o consenso do mercado, quando considerado o relatório Focus do Banco Central que projeta o PIB a 0,8% e a Selic a 10,5% no final do ano que vem.

“A atividade econômica continua a mostrar, em linha com a nossa visão, que a saída da crise será lenta. Além da necessidade de reformas estruturais e de austeridade fiscal, o setor privado, tanto empresarial quanto doméstico, passa por um processo de desalavancagem”, aponta o banco.

Crise política

Kawall também tratou de colocar na conta o risco político, a que classifica de “relevante”. Não há como deixar de considerar o caráter aleatório da Lava Jato e o impacto no sistema político. Ainda assim, o Safra é comedido quanto à possibilidade de uma quebra estrutural no atual status quo.

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“Acreditamos que a probabilidade do Presidente Temer sair antes de 2018 é bastante baixa. No entanto, apesar de não ser nosso cenário base, há riscos de paralisia das atividades do Congresso caso as acusações se revelem muito prejudiciais aos principais partidos políticos que atualmente apoiam o presidente”, pondera o Safra.

Sendo assim, o banco admite que o Brasil está no fio da navalha.

“O imenso endividamento nos setores público e privado implica a necessidade de um ambiente internacional benigno aliado à estabilidade política interna. Existem muitas maneiras através das quais as coisas podem dar errado, mas apenas uma através da qual haverá sucesso. Não existe Plano B”, alerta o Safra.