Sustentabilidade

Brasil não está bem ranqueado em bem estar animal; Marfrig admite que falhou ao informar

20 abr 2020, 15:53 - atualizado em 20 abr 2020, 16:25
Frigoríficos Carnes Boi JBS Friboi
Bem estar animal até que a carne chegue às mesas traz ranqueamento baixo de empresas brasileiras (imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Duas das principais empresas exportadoras de carnes do Brasil estão nas posições mais baixas do ranking de bem estar animal. Uma terceira caiu sobre a última avaliação. E outras duas se estabilizaram.

Trata-se da tabela global de 2019, e divulgada agora pelo Business Benchmark on Farm Animal Welfare (BBFAW), que muitos importadores globais e restaurantes ranqueados estão utilizando para compras seguindo apelo dos consumidores.

As empresas pior posicionadas do Brasil são a Aurora e Minerva Foods (BEEF3). A Marfrig (MRFG3) foi a que caiu de posicionamento sobre 2018. E JBS (JBSS3) e BRF (BRFS3) são as que ficaram estagnadas.

Os consumidores estariam cada vez mais bem informados e dizendo ‘não’ para as práticas de manejo que levem sofrimento aos bovinos, suínos e aves, segundo levantamento no qual se baseia a pesquisa tradicional, segundo a Proteção Animal Mundial, que apoiou a feitura do ranking em conjunto com a Compassion in World Farming.

“A classificação das empresas brasileiras, que não traz mudanças significativas em termos de pontuação, mostra que muito ainda deve ser feito em relação ao bem-estar animal”, afirma o gerente de Agropecuária Sustentável da Proteção Animal Mundial, José Rodolfo Ciocca.

As empresas

O grupo Marfrig, através do diretor de Sustentabilidade, Paulo Pianez, admite que a perda de um degrau na tabela, de nível 3 para o 4, deu-se por falha da empresa ao apresentar corretamente os dados às perguntas da BBFAW. “A falha foi nossa, se não poderíamos ter mantido ou até subido”, diz o executivo, para quem a companhia preza pelo relatório da organização.

Além de garantir que o bem estar animal é um dos cinco pontos que asseguram as boas práticas do frigorífico no Brasil e nas suas subsidiárias no exterior, Pianez garante que o ranqueamento é importante para assegurar janelas em mercados compradores maduros, como Europa e Estados Unidos.

Outro player global brasileiro, o Minerva, que divide com a catarinense Aurora o final do ranking, não comentou diretamente o estudo da BBFAW. Mas, em nota a Money Times, destacou: “As unidades da Minerva Foods são certificadas pela PAACO (Professional Animal Auditor Certification Organization) para melhores práticas de manejo e bem-estar animal, como também seguem padrões globais para gestão da segurança do alimento da BRC (British Retail Consortium) e HACCP Hazard (Analysis and Critical Control Point)”.

Em outro trecho, a companhia destaca que “é ainda a única empresa do setor de frigoríficos atualmente financiada pela IFC, do Grupo Banco Mundial, que apoia seu compromisso com a sustentabilidade e sua liderança no gerenciamento das questões socioambientais de sua cadeia produtiva”.

Já a Aurora Alimentos, através de sua assessoria de imprensa, prefere se abster. “A Aurora não tomou conhecimento da metodologia utilizada para composição desse ranking por isso prefere, nesse momento, não comentar”.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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