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Braskem (BRKM5): Queima de caixa pesa e S&P rebaixa nota de crédito da empresa

19 set 2025, 10:54 - atualizado em 19 set 2025, 10:54
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A S&P Global rebaixou a classificação da Braskem (Imagem: Divulgação/Braskem)

A agência classificadora de riscos S&P Global rebaixou a nota de crédito em escala global da Braskem (BRKM5) de “BB-” para “B+“, com observação negativa, tendo em vista a redução da flexibilidade financeira da petroquímica.

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Na visão dos analistas da agência, mesmo a continuidade da melhora de rentabilidade e preservação da liquidez não deve ser suficiente para reverter a queima de caixa da Braskem nos próximos trimestres.

“Esperamos uma alavancagem muito alta e flexibilidade financeira reduzida que, em nossa opinião, não são mais compatíveis com uma classificação ‘BB-‘”, diz a S&P.

A agência também rebaixou a classificação de emissão das notas subordinadas de ‘B-‘ para ‘CCC+’. A perspectiva é negativa.

Os analistas reconhecem que a Braskem está buscando ativamente iniciativas, abrangendo redução de custos, melhorias na eficiência do capital de giro e potenciais vendas de ativos, além disso, esperam que ela se beneficie das tarifas antidumping.

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No entanto, a avaliação é de que as principais métricas de crédito da petroquímica permanecerão alinhadas a uma nota de crédito mais baixa nos próximos 12 meses, com a relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que mede a alavancagem, acima de 7 vezes. No geral, quanto maior número, maior o risco.

Em comunicado ao mercado, a Braskem afirmou seguir com foco na implementação de iniciativas de resiliência para mitigar os relevantes impactos decorrentes do prolongamento do ciclo de baixa de toda indústria petroquímica e para o fortalecimento da competitividade da indústria.

BTG corta preço-alvo da Braskem

Em relatório do dia 11 de setembro de 2025, o time de analistas do BTG Pactual, liderado por Luiz Carvalho, reduziu o preço-alvo das ações da Braskem de R$ 13 para R$ 11, citando uma “perspectiva desafiadora” e um “ambiente difícil” para a companhia.

Do lado da oferta de petroquímicos, o banco avalia que a Braskem vem enfrentando novas adições de capacidade global, o que pressiona os preços de seus produtos.

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“As margens de polietileno, polipropileno e PVC seguem pressionadas, já que a demanda fraca sazonal se choca com o excesso estrutural de oferta e custos elevados de matérias-primas”, destacam os analistas. “Com preços firmes de nafta e propeno, mas queda nos preços realizados dos polímeros, as margens integradas comprimiram significativamente”.

E, para o banco, o atual momento macroeconômico adiciona incerteza do lado da demanda na equação.

Essa combinação, que já impactou os resultados do segundo trimestre, levou o BTG a revisar para baixo suas estimativas de Ebitda para os próximos anos.

Para 2025, a redução foi de 27%, para US$ 961 milhões; para 2026, de 14%, para US$ 1,3 bilhão.

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O BTG Pactual tem recomendação neutra para a Braskem.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas, com foco em varejo e setor aéreo.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas, com foco em varejo e setor aéreo.