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BTG Pactual (BPAC11) desbanca Bradesco (BBDC4) e assume vice-liderança entre os bancos da Bolsa; Banco do Brasil afunda

25 jun 2025, 9:57 - atualizado em 25 jun 2025, 10:36
BTG Pactual
BTG Pactual ultrapassa o Bradesco e se torna o segundo maior banco da Bolsa; Banco do Brasil amarga pior desempenho entre os cinco maiores. (Imagem: Helena Aymeê / Shutterstuck)

O Itaú Unibanco (ITUB4) segue soberano. Com valor de mercado de R$ 370,9 bilhões, o banco lidera com folga entre os pares. A marca mais alta do ano foi registrada em 19 de maio, com R$ 389,3 bilhões — um salto de R$ 88,9 bilhões em relação ao fim de 2024.

A grande novidade de 2025, no entanto, é o BTG Pactual (BPAC11). O banco de investimentos viu seu valor de mercado saltar de R$ 133,6 bilhões para R$ 209,7 bilhões até 23 de junho — uma valorização de R$ 76,1 bilhões. O pico foi atingido em 16 de junho, com R$ 214,2 bilhões. Com esse avanço, o BTG ultrapassou o Bradesco (BBDC4) e passou a ocupar a segunda colocação entre os bancos listados na B3.

O Bradesco, tradicional número dois do setor, também registrou recuperação expressiva: seu valor de mercado subiu de R$ 117,7 bilhões para R$ 162,2 bilhões — um crescimento de R$ 44,5 bilhões. Ainda assim, insuficiente para conter a escalada do BTG. Seu pico no ano foi de R$ 166 bilhões, alcançado em 17 de junho.

Já o Banco do Brasil (BBAS3) enfrenta o pior desempenho entre os cinco maiores. Único do grupo a registrar perda de valor em 2025, o BB viu seu market cap encolher R$ 17,6 bilhões no ano, fechando 23 de junho em R$ 120,4 bilhões — queda significativa em relação aos R$ 169,9 bilhões alcançados em 14 de maio.

O Santander completa o quinteto com relativa estabilidade. Seu valor de mercado está em R$ 108,4 bilhões, tendo alcançado o pico de R$ 114 bilhões em 19 de maio.

BTG dispara, BB desaba na Bolsa

O desempenho das ações no mercado reflete a nova dinâmica do setor. Entre janeiro e 23 de junho de 2025, a ação ordinária do BTG Pactual (BPAC3) acumula alta de 63,12%, seguido por BPAC11, com 53,61%. São ganhos que contrastam fortemente com a valorização de 13,52% do Ibovespa no mesmo período.

Bradesco também aparece com força: BBDC4 sobe 50,4% e BBDC3, 40,61%. Já o Itaú entrega valorização mais moderada, com ITUB3 subindo 40,97% e ITUB4, 38,81%.

No campo negativo, o Banco do Brasil é exceção: suas ações ordinárias (BBAS3) caem 9,03% no ano. Santander exibe desempenho positivo, mas discreto: entre 24,59% (SANB4) e 26,65% (SANB3).

Desde a pandemia: BTG e Itaú lideram, Bradesco e Santander decepcionam

Olhando para um horizonte mais amplo — de 21 de fevereiro de 2020 (véspera do pânico da Covid-19) até 23 de junho de 2025 — a fotografia revela vencedores e perdedores com clareza ainda maior.

As ações do BTG Pactual são as grandes campeãs do setor. BPAC3 dispara 192,06%, enquanto BPAC11 sobe 156,31%. O Itaú Unibanco também aparece em destaque: ITUB3 valoriza 100,06%, e ITUB4, 93,69%.

Do outro lado da moeda, Bradesco e Santander figuram entre os papéis com rentabilidade negativa. As ações ordinárias do Bradesco (BBDC3) acumulam queda de 11,41%, e as preferenciais (BBDC4), -5,79%. As ações ordinárias do Santander (SANB3) recuam 6,83%.

O Banco do Brasil, mesmo com perdas recentes, entrega uma rentabilidade acumulada de 36,29% desde o início da pandemia — acima dos 20,12% do Ibovespa no mesmo período.

Lições do mercado: eficiência, governança e modelo de negócio fazem a diferença

O avanço do BTG revela uma clara preferência dos investidores por modelos de negócios mais enxutos, com menor exposição a inadimplência e maior capacidade de geração de receitas por serviços. A performance das ações do Itaú reforça esse ponto: consistência, previsibilidade e foco em rentabilidade.

Enquanto isso, Bradesco e Santander, com estruturas mais robustas e menos ágeis, ainda enfrentam o ceticismo dos investidores. O caso do Banco do Brasil chama atenção: mesmo com lucros elevados e dividendos generosos, o peso do risco político e da intervenção estatal sobre a governança afasta parte significativa do mercado.

Em 2025, o mercado bancário brasileiro não apenas valorizou, mas também reposicionou seus protagonistas. A fotografia mudou — e pode não ser a última reviravolta do ano.

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Einar Rivero é CEO da Elos Ayta Consultoria e especialista de dados financeiros de mercado. Formado em Engenharia, tornou-se referência para o mercado financeiro por trazer levantamentos e insights inéditos a partir do cruzamento de dados econômicos. Durante 25 anos, atuou como líder e gerente de relacionamento institucional de plataformas de informação financeira, como TradeMap e Economatica.
einar.rivero@autor.moneytimes.com.br
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Einar Rivero é CEO da Elos Ayta Consultoria e especialista de dados financeiros de mercado. Formado em Engenharia, tornou-se referência para o mercado financeiro por trazer levantamentos e insights inéditos a partir do cruzamento de dados econômicos. Durante 25 anos, atuou como líder e gerente de relacionamento institucional de plataformas de informação financeira, como TradeMap e Economatica.
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