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C&A sob holofotes: varejista está pronta para voltar a investir em operações, diz XP

05 dez 2019, 10:07 - atualizado em 05 dez 2019, 10:07
C&A
A corretora espera que o plano de abertura de 165 novas lojas nos próximos cinco anos sustente um crescimento robusto por mais tempo (Imagem: REUTERS/Fabrizio Bensch)

A XP Investimentos iniciou a cobertura das ações da C&A (CEAB3), trazendo recomendação de compra com preço-alvo de R$ 23 e potencial de valorização de 29% para o fim de 2020. Na avaliação de Mariana Vergueiro, analista de Varejo da corretora, “a companhia está pronta para voltar a investir de forma significativa na operação” com o fim do período de reestruturação interna e a conclusão da oferta primária de ações (IPO).

“O plano de expansão de lojas deve contribuir para a aceleração do crescimento, enquanto a atualização do modelo logístico e lançamento da operação de crédito própria devem fortalecer os pilares estratégicos da C&A e reduzir a defasagem de investimento em relação aos concorrentes”, disse a analista.

A XP espera que o plano de abertura de 165 novas lojas nos próximos cinco anos sustente um crescimento robusto por mais tempo.

“Estimamos um crescimento médio anual de 12% nas vendas, 9% de Ebitda e 18% de lucro líquido para os próximos três anos, com sólidos retornos”, complementou.

Com a expectativa de recuperação econômica no próximo ano, a corretora tem preferido segmentos cujo desempenho de vendas em termos reais tenha sido inferior ao do setor – como é o caso do vestuário.

Segundo Vergueiro, a Lojas Renner (LREN3) é uma das ações recomendadas nesse contexto, mas a C&A também deve sair beneficiada.

“Os papéis da C&A negociam a múltiplos mais descontados, com relação Preço/Lucro de 20,6 vezes para 2020 contra 28,6 vezes para a concorrente em função de seu sólido histórico de execução”, acrescentou.

E-commerce

As vendas de vestuário no e-commerce têm menor volume que as de outros segmentos. Apesar disso, a XP acredita que empresas do setor devem “ganhar relevância nos próximos anos e contribuir para a chamada ‘segunda onda’ de crescimento online no país”.

Com o avanço de iniciativas multicanais, como o “clique e retira” e o “ship from store”, a corretora atualizou sua estimativa de penetração online da C&A, que deve aumentar de 2% para 6% no fim de 2025.

Riscos

A implementação do modelo misto de abastecimento Push & Pull traria mais vendas à companhia, afirmou a XP (Imagem: Equipe Money Times)

A XP vê necessidade de atualização da operação logística da C&A. Para a corretora, a empresa deveria implementar o Push & Pull, modelo misto baseado em quais produtos estão sendo mais vendidos nas lojas em tempo real para iniciar a produção e planejar o abastecimento.

A implementação, de acordo com Vergueiro, traria mais vendas, uma vez que o cliente irá encontrar o que procura nas lojas, e menor necessidade de desconto – o que melhoraria a margem, pois as chances de um produto não ser bem aceito seriam menores.

Ainda assim, a iniciativa é complexa e se baseia em um processo lento e gradual. Para 2020, a corretora vê poucos riscos à C&A.

“Também destacamos o potencial da operação de cosméticos da C&A, por enquanto em fase de testes em apenas algumas lojas”, concluiu a analista.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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