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Coluna do Caio Mesquita

Caio Mesquita: O valor do tempo no dinheiro

09 ago 2025, 14:25 - atualizado em 09 ago 2025, 14:25
caio mesquita
(Imagem: Divulgação/Empiricus)

Fiquei algumas semanas sem aparecer por aqui. Estava curtindo as férias com a família. Um tempo precioso, longe da correria, perto dos meus.

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Mas agora estou de volta, feliz em retomar a Empiricus 24/7 e compartilhar com você algumas reflexões que esse período me trouxe.

Na viagem de ida para a Europa, aproveitei para ler um livro que estava na minha lista havia algum tempo: “Morra Sem Nada”, do autor norte-americano Bill Perkins.

Fiz o download no Kindle e comecei a leitura ainda no aeroporto de Guarulhos. Confesso que iniciei com certo ceticismo, afinal, escrevo com frequência sobre a importância de acumular patrimônio e atingir a independência financeira.

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Mas a verdade é que, assim como a maioria das pessoas, pensei muito pouco em como aproveitar essa independência uma vez conquistada.

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E é exatamente aí que o livro do Perkins traz um insight poderoso.

Ele mostra o quanto negligenciamos dois aspectos fundamentais da nossa jornada financeira: a finitude da vida e o declínio inevitável da nossa capacidade física de usufruí-la.

Acumulamos, planejamos, projetamos. Mas raramente paramos para calcular o custo de oportunidade de não viver o agora, justamente quando ainda temos energia, saúde e curiosidade para experimentar.

Perkins propõe um conceito interessante chamado time bucketing: a ideia de dividir a vida em blocos de tempo (20 a 30 anos, 30 a 40, e assim por diante) e planejar quais experiências fazem mais sentido em cada uma dessas fases.

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Tem viagens que combinam mais com os 35 do que com os 65. Tem aventuras que exigem corpo. Outras, que pedem disposição emocional. E há janelas que, uma vez fechadas, não se abrem mais.

No mercado financeiro, falamos o tempo todo de retorno sobre o investimento, o famoso ROI. Mas quase nunca aplicamos esse raciocínio à vida real.

E talvez seja justamente aí que reside o maior desperdício de capital: investir a vida inteira para nunca colher os dividendos das experiências.

Outro ponto que me marcou foi a visão do Perkins sobre herança.

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Para ele, a lógica de “deixar tudo no final” é falha.

O ideal seria “dar em vida”.

Isso vale para os filhos, para quem você ama e, principalmente, para você mesmo.

O argumento é prático: uma ajuda aos 30 tem impacto muito maior do que aos 60. Um presente dado hoje pode ser o catalisador de algo transformador — de uma carreira, de uma memória, de um vínculo.

Depois, vira só transferência patrimonial. Fria. Mecânica. Quase contábil.

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Claro que tudo isso exige discernimento. Não se trata de irresponsabilidade. Nem de torrar o que levou anos para ser construído.

Mas é, sim, sobre repensar o objetivo final da independência financeira.

Não é só sobre segurança. É sobre liberdade. E, mais do que isso, sobre vivência.

A essa altura, talvez você esteja se perguntando: “E se eu viver até os 95?”

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Sim, essa é a pergunta padrão. Pensamos no acúmulo patrimonial e dedicamos tempo fazendo os cálculos necessários para viabilizar uma velhice confortável.

Mas o livro nos convida a fazer outra: “E se eu morrer aos 67 e não tiver experienciado metade do que poderia?”

O risco de viver demais e ficar sem dinheiro existe.

Mas o risco de viver de menos e morrer cheio de arrependimento também existe e pode ser ainda mais doloroso.

Depois de um tempo, o maior luxo não é mais o dinheiro.

É o tempo bem usado.

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É a liberdade de dizer sim a um convite inesperado.

É ter energia para brincar com os filhos sem olhar o relógio.

É viver experiências que não cabem em planilha, mas mudam tudo por dentro.

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Sócio-fundador e CEO da Empiricus
É administrador pela FGVUSP e possui MBA pela Columbia University de Nova York. Foi professor de Mercado de Capitais no IBMEC São Paulo. Trabalhou no Bank Boston e foi diretor de mercado de capitais no Banco Paribas e Banco Brascan. Antes de fundar a Empiricus, foi fundador e sócio-diretor da rede de restaurantes Wraps/Gofresh.
CaioMesquita@moneytimes.com.br
É administrador pela FGVUSP e possui MBA pela Columbia University de Nova York. Foi professor de Mercado de Capitais no IBMEC São Paulo. Trabalhou no Bank Boston e foi diretor de mercado de capitais no Banco Paribas e Banco Brascan. Antes de fundar a Empiricus, foi fundador e sócio-diretor da rede de restaurantes Wraps/Gofresh.
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