Previdência

Carlos Lupi deixa ministério da Previdência após conversa com Lula após crise no INSS

02 maio 2025, 17:50 - atualizado em 02 maio 2025, 18:00
O ministro da Previdência, Carlos Lupi, cai com escândalo do INSS
(Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O ministro da Previdência, Carlos Lupi, deixou o cargo nesta sexta-feira (2) em virtude do esquema no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados. 

“Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade. Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso, que apuram possíveis irregularidades no INSS”, escreveu Lupi em publicação na rede social X.

De acordo com a Secretaria de Comunicação do governo (Secom), a exoneração de Lupi e a nomeação de Wolney Queiroz, ex-deputado federal, serão publicadas ainda hoje em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

A possível saída do cargo já era ventilada em Brasília. No início da tarde, o líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heriger, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia convocado uma reunião com Lupi, prevista para às 16h (horário de Brasília).

O agora ex-ministro, que é presidente licenciado do PDT, vinha sendo pressionado pelo escândalo dos descontos indevidos no benefício social. 

Heringer já havia afirmado, em outra ocasião, que a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base aliada do governo. “Eu defendo essa posição (a saída). Minha bancada, até onde sei, todos defendem essa posição. É claro que não depende só exclusivamente de mim, mas essa é a posição que defenderei”, afirmou.

Já o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Lorenzini Zucco (PL-RS), conhecido apenas como Zucco, afirmou hoje que irá protocolar uma representação criminal contra o ministro. 

O documento aponta a falta de ação do ministro, mesmo tendo conhecimento prévio do problema, e também pede que a investigação seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), se houver indícios, além do afastamento de Lupi do cargo.

“Não lhe faltavam atribuições legais e regimentais, nem muito menos ferramentas institucionais, aptas a municiar ações de acompanhamento e controle destinadas a coibir o escândalo de descontos ilegais nas aposentadorias”, afirma Zucco.

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Problemas no INSS vira crise para o governo

Uma pesquisa AtlasIntel divulgada na última quinta-feira (1º) mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que Lupi deveria ser demitido do cargo em virtude do escândalo com o INSS. 

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Carlos Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes.

Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara na última terça-feira (29), o ministro Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

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