Casas Bahia (BHIA3): Ações caem após prejuízo subir no 3T25; o que fazer agora?
As ações da Casas Bahia (BHIA3) abriram o pregão desta quinta-feira (13) em queda, em reação ao balanço do terceiro trimestre de 2025, divulgado na véspera.
Por volta de 10h55(horário de Brasília), as ações BHIA3 recuavam 4,44%, a R$ 3,44. Acompanhe o tempo real.
A varejista registrou prejuízo líquido de R$ 496 milhões no 3T25, aumento em relação aos R$ 369 milhões do mesmo período do ano passado. Apesar do resultado negativo, a companhia mostrou melhora operacional, com crescimento nas frentes de receita.
O GMV (volume bruto de mercadorias) consolidado subiu 8,5% ante o terceiro trimestre de 2024.
As lojas físicas avançaram 5,9% em GMV e 7,8% em vendas nas mesmas lojas. O e-commerce cresceu 12,7%, quarto trimestre consecutivo de alta, com destaque para o 1P online (+9,2%), o melhor desempenho em 15 trimestres, e o 3P (+17,7%), cuja receita aumentou 19%.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 587 milhões, alta de 19,6%, com margem de 8,5%, um avanço de 0,8 ponto percentual.
Para a XP Investimentos, a companhia entregou bons resultados operacionais no trimestre, com crescimento positivo da receita, impulsionado pelo aumento da receita de serviços, e melhoria na lucratividade devido à alavancagem operacional.
“A empresa está no caminho do seu plano de transformação, evoluindo bem tanto na receita quanto na lucratividade, mostrando até uma aceleração do crescimento trimestre a trimestre, apesar do cenário macroeconômico desafiador”, avaliam os analistas.
No entanto, as despesas financeiras seguem pesando nos resultados, com 92% do fluxo de caixa operacional foi usado para pagar juros, frente uma redução de apenas 7% em relação ao trimestre anterior, devido à conversão recente de debêntures, cujo efeito completo será refletido a partir do 4º trimestre.
“Apesar de valorizarmos as melhorias operacionais e vermos como positiva a recente parceria anunciada com o Mercado Livre, mantemos nossa recomendação Neutra, pois a alta alavancagem da empresa ainda impede a geração de caixa e a obtenção de lucro líquido positivo”.
A Genial Investimentos avalia que o recado da Casas Bahia é pragmático: crescer onde o fluxo está, preservando margem.
“O online entregou, o físico ajudou, o Ebitida subiu. O lucro ainda não acompanha, custo de capital manda no placar, mas o passo do funding sugere que o quarto trimestre pode ser menos punitivo para a varejista”, avalia a casa.
A Genial destaca as taxas de antecipação de recebíveis e de risco sacado vieram menores que no segundo trimestre, marcando a primeira queda em muito tempo e sugerindo que o 2T marcou o pico. Na visão dos analistas, a sazonalidade do quarto trimestre do ano tende a reduzir volume de antecipações, e a normalização deve ficar mais visível no primeiro semestre de 2026.
“No risco sacado, o FIDC estruturado cria um caminho para transformar parte do que hoje é despesa financeira em receita quando a estrutura de capital estiver mais estável”, diz a Genial.
O peso sob a Casas Bahia
O Safra pontua que o desempenho da receita da Casas Bahia ficou em linha com as projeções do banco, com resultados positivos em vendas a prazo, vendas terceirizadas e vendas próprias, apesar do cenário macroeconômico desfavorável. O Ebitda também veio em linha.
No entanto, o prejuízo líquido foi maior do que o esperado pelo Safra, sob o peso do aumento das despesas financeiras.
“Embora os esforços de reestruturação estejam resultando em números operacionais mais animadores, o consumo de caixa de R$ 1,3 bilhão nos últimos doze meses continua sendo uma preocupação e, em nossa opinião, representa um desafio para a empresa reverter o prejuízo líquido registrado nos últimos trimestres”, pondera o banco.
Neste cenário, o Safra reitera a classificação underperform para a Casas Bahia, equivalente à venda.
Analistas do BTG Pactual avaliam que a varejista entregou mais um trimestre de melhoria no desempenho operacional, de forma geral em linha com nossas estimativas em uma base de comparação anual moderada. No entanto, destacam que a alta alavancagem continua.
O banco vê uma perspectiva desafiadora para o curto prazo em meio a taxas de juros mais altas e um cenário difícil e competitivo, enquanto a estrutura de capital permanece em destaque e continua a pesar sobre a tese, sustentando a classificação Neutra.
O que fazer com as ações?
| Banco/Corretora | Recomendação | Preço-alvo |
|---|---|---|
| BTG Pactual | Neutra | R$ 3 |
| Safra | Underperform (equivalente à venda) | R$ 4 |
| XP Investimentos | Neutra | — |
| Genial Investimentos | Neutra | R$ 4,50 |