Casas Bahia (BHIA3) recua 5% com cenário macro pesando sobre avanço operacional; veja o que fazer, segundo 4 analistas

As ações da Casas Bahia (BHIA3) reagem negativamente ao balanço do segundo trimestre de 2025, que mostrou uma reversão do lucro reportado no mesmo período no ano anterior para prejuízo de R$ 555 milhões. Analistas veem a companhia sendo pressionada pelo atual cenário macroeconômico.
Na linha ajustada pela modificação da dívida e atualização monetária, o resultado fica negativo em R$ 423 milhões, uma piora de 10,1% ante o mesmo trimestre em 2024.
A companhia atribui o resultado à alta taxa de juros, apesar da retomada de crescimento de receita e melhora gradual da rentabilidade.
- LEIA TAMBÉM: Mantenha-se atualizado sobre os balanços das empresas neste 2T25 e acesse gratuitamente análises e recomendações de investimento com o Money Times
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que mede o desempenho operacional, cresceu 26,5% em relação ao mesmo período em 2024, atingindo R$ 572 milhões. Já a margem Ebitda ajustada avançou 1,3 ponto percentual, para 8,3%.
Por volta de 12h17 (horário de Brasília), as ações BHIA3 caíam 5,05%, a R$ 2,82. Acompanhe o tempo real.
Na visão do BTG Pactual, o balanço deste trimestre mostrou uma nova evolução operacional, levemente acima das estimativas e favorecida por uma base de comparação fraca na comparação anual.
Os analistas destacam o desempenho do volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês). No trimestre, a companhia teve um crescimento do GMV de lojas físicas de 5,8% e vendas de mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) de 6,7%. Já o crescimento do GMV de e-commerce foi de 10,4% em comparação anual.
A equipe de analistas liderada por Luiz Guanais pontua que, apesar do avanço operacional, o cenário de curto prazo segue desafiador, com juros altos e competição intensa. O banco mantém recomendação neutra.
A XP Investimentos, que também mantém uma recomendação neutra, destaca que a Casas Bahia reportou um crescimento moderado da receita, com melhoras na rentabilidade devido ao controle de despesas operacionais e fluxo de caixa livre positivo, embora ainda com prejuízo líquido.
“Embora o plano de transformação da empresa esteja evoluindo bem, continuamos vendo o cenário macro fraco como um desafio para suas categorias principais, enquanto, apesar da recente conversão de debêntures que deve proporcionar um alívio importante, os resultados financeiros devem continuar pressionando o lucro líquido em meio a juros elevados”, diz a equipe de analistas liderada por Danniela Eiger.
Compra x Venda
Na visão da Genial Investimentos, o desempenho reportado pela Casas Bahia está em linha com o esperado para uma empresa que, mesmo em um cenário adverso, acumula avanços operacionais.
Do lado operacional, o analista Iago Souza avalia o trimestre como consistente, tendo superado o resultado do Magazine Luiza no mesmo período, tanto em margens, quanto em crescimento.
“O que pesou foi o resultado financeiro. Com a alavancagem ainda elevada e uma Selic de 15% no período, a linha de despesas financeiras continuou sendo o ‘calcanhar de Aquiles’, levando o prejuízo líquido a R$ 555 milhões”, pondera o analista.
Comparando com o primeiro trimestre deste ano, o trimestre mostra avanços na margem Ebitda, que veio levemente maior, geração de caixa mais robusta e uma estrutura de capital menos pressionada. Para a Genial, esses fatores abrem espaço para um terceiro trimestre que, em tese, pode repetir ou até superar o desempenho operacional recente.
A Genial tem recomendação de compra para BHIA3, com preço-alvo de R$ 4.
Por outro lado, o Safra mantém uma recomendação underperform (equivalente à venda), tendo em vista apesar dos números em linha e da redução da dívida líquida no trimestre, o que indica que a recuperação está dando frutos, vê resultados como neutros.
Os analistas do banco colocam que essa queda da dívida líquida foi impulsionada pela monetização de um crédito fiscal de R$ 1 bilhão nos últimos 12 meses. Excluindo esse efeito, a empresa continuou a queimar caixa de suas operações.
“Esse fato reforça o desafio da empresa em reverter seu prejuízo líquido em um cenário macroeconômico difícil, que impacta negativamente tanto as vendas quanto as despesas financeiras. A conversão de dívida em capital próprio deve ajudar o balanço da empresa nos próximos trimestres, mas deve implicar em uma diluição maciça do capital. Portanto, reiteramos nossa recomendação de underperform“, dizem os analistas Vitor Pini, Tales Granello e Renan Sartorio.
Hora de comprar ou de vender Casas Bahia?
Banco/Corretora | Recomendação | Preço-alvo |
---|---|---|
BTG Pactual | Neutra | R$ 3 |
Banco Safra | Underperform | R$ 4 |
Genial Investimentos | Compra | R$ 4 |
XP Investimentos | Neutra | — |