Análise Econômica

CEO do BTG Pactual (BPAC11) vê queda maior da Selic e aponta os grupos que devem decidir as eleições presidenciais

14 nov 2025, 8:47 - atualizado em 14 nov 2025, 8:54
Roberto Sallouti, CEO e sócio do BTG Pactual (BPAC11)
Roberto Sallouti, CEO e sócio do BTG Pactual (BPAC11) (Imagem: Luiz Prado/Flick)

As eleições presidenciais de 2026 prometem mais uma disputa acirrada, e dois grupos devem ter papel decisivo: os microempreendedores (MEIs) e os eleitores que rejeitaram Jair Bolsonaro em 2022. Essa é a avaliação de Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual (BPAC11).

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Em participação no evento de aniversário da Empiricus nesta quinta-feira (13), Sallouti falou sobre o cenário eleitoral e também das perspectivas de queda da taxa básica de juros (Selic), que criaram uma possibilidade de “exposição assimétrica” no mercado.

Para Sallouti, a economia brasileira vive um momento relativamente positivo, com inflação controlada e baixo desemprego. Os baixos índices de aprovação do governo mostram, contudo, que esse não deve ser o centro do debate eleitoral.

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O cenário para as eleições 2026

Os temas dominantes, segundo o CEO do BTG, serão segurança pública e combate à corrupção. Nessas áreas, a oposição ao presidente Lula desfruta de uma percepção mais favorável entre os eleitores.

“A estrutura do Brasil leva à eleição de centro-direita, mas a conjuntura beneficia Lula”, disse Sallouti à plateia formada por assinantes da casa de análises.

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Nas últimas eleições presidenciais, o fiel da balança foram os “sociais-democratas”, que não votaram em Lula, mas contra Bolsonaro, segundo o executivo.

Sallouti avalia que a capacidade da centro-direita de recuperar esses votos em 2026 dependerá também da postura de Donald Trump. “Se o presidente dos Estados Unidos atuar contra o Brasil, como fez nas eleições do Canadá, quem deve se beneficiar é Lula.”

O efeito Trump na bolsa — e nas ações do BTG

Desde o início do mandato de Donald Trump e o anúncio do tarifaço, parte do capital que estava na maior economia do mundo migrou para outros mercados — entre eles, o Brasil.

Esse movimento é o principal responsável pela melhora dos mercados locais em 2025. “O Brasil não fez nada para merecer a queda do dólar”, disse Sallouti.

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Para ele, o enfraquecimento da moeda norte-americana é um fenômeno que deve continuar ao longo do mandato de Trump.

Até mesmo a disparada das ações do BTG Pactual (BPAC11), que dobraram de valor na B3 neste ano, tem influência da conjuntura externa. “50% da alta é ‘mérito’ do Trump”, afirmou.

Com o país de volta ao radar, Sallouti disse que passou a receber no banco investidores internacionais que não apareciam por aqui há mais de uma década.

Mesmo após a disparada do ano, que ganhou fôlego adicional após o último balanço, ele considera os papéis do BTG “relativamente baratos” quando se compara os preços do mercado brasileiro com as bolsas internacionais.

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O verdadeiro impacto eleitoral, segundo Sallouti

Uma eventual reeleição do presidente Lula seria negativa para os mercados no curto prazo, mas está longe de representar uma tragédia como parte do mercado teme, segundo Sallouti.

A visão é que o cenário externo com Trump deve seguir favorável ao fluxo de capitais para os mercados emergentes, o que beneficia o Brasil — seja qual for o próximo governo.

O mercado tem a expectativa de que uma alternância de poder levaria a uma nova rodada de reformas econômicas. Mas para o CEO do BTG, a grande mudança positiva para os ativos financeiros viria do tratamento fiscal — e do impacto sobre os juros de longo prazo.

Para Sallouti, um eventual governo de centro-direita perseguiria uma meta de superávit primário mais agressiva, na casa dos 2% do PIB. Esse maior rigor fiscal ajudaria a derrubar a taxa de juros real no país para 4% ao ano.

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Já num governo Lula 4, a expectativa não é de um total descontrole fiscal, mas de um ajuste insuficiente para estabilizar a dívida pública. Nesse caso, o juro real brasileiro permaneceria na casa dos 7% ao ano. “Enquanto o fiscal não for um tema para os mercados, iremos bem.”

A grande oportunidade: Selic vai cair mais que o mercado espera

Apesar da incerteza fiscal, Sallouti se mostra otimista para o curto prazo. Em particular com a expectativa do início da queda da taxa básica de juros (Selic). 

A maior parte do mercado espera que a Selic comece a cair em janeiro. A expectativa é de um corte de 0,25 ponto percentual e um ciclo total de queda de três pontos percentuais.

Mas o BTG trabalha com uma redução maior, que pode chegar a 4,5 pontos percentuais. Nesse cenário, os juros cairiam dos atuais 15% para 10,5% ao ano. 

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“Há uma chance de o ciclo ser mais longo do que o mercado espera. Existe uma exposição assimétrica fantástica em você operar pré-fixado aqui”, disse Sallouti.

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Jornalista e escritor, é diretor de redação dos sites Money Times e Seu Dinheiro
vinicius.pinheiro@seudinheiro.com
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