Internacional

Chefe do FMI diz que preço do carbono precisa atingir US$ 75/t até 2030

07 nov 2022, 10:20 - atualizado em 07 nov 2022, 10:21
Kristalina Georgieva
“O problema é que em muitos países, não só nos países pobres, em todo o mundo, a aceitação de preços da poluição ainda é baixa”, disse Georgieva (Imagem: REUTERS/Ahmed Yosri/File Photo)

O preço do carbono precisa atingir uma média global de pelo menos 75 dólares a tonelada até o final da década para que as metas climáticas sejam bem-sucedidas, disse a chefe do Fundo Monetário Internacional à Reuters.

Em comentários nos bastidores das negociações climáticas da COP27 no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, afirmou que o ritmo da mudança na economia real ainda é “muito lento”.

Uma análise recente do grupo afiliado ao Banco Mundial sugere que a soma total dos compromissos nacionais globais sobre a redução das emissões prejudiciais ao clima as faria cair apenas 11% até meados do século.

“A menos que precifiquemos o carbono de forma previsível em uma trajetória que nos leve a pelo menos um preço médio de 75 dólares por tonelada de carbono em 2030, simplesmente não criamos o incentivo para que empresas e consumidores mudem”, disse ela.

Embora algumas regiões, como a União Europeia, já precifiquem o carbono acima desse nível –o preço de referência da UE é de cerca de 76 euros a tonelada– outras regiões, como o Estado norte-americano da Califórnia, veem as permissões de carbono sendo vendidas por pouco menos de 30 dólares por tonelada, enquanto algumas não têm preço algum.

“O problema é que em muitos países, não só nos países pobres, em todo o mundo, a aceitação de preços da poluição ainda é baixa”, disse ela, situação agravada pelo atual ambiente de alto custo de vida.

Mas Georgieva afirmou que existem diferentes rotas que um país pode seguir. É improvável que o segundo maior emissor do mundo, os Estados Unidos, por exemplo, estabeleça um preço nacional para o carbono, dada a forte oposição política aos impostos sobre o carbono e aos sistemas de comércio de emissões.

“Apenas foque na equivalência. Se os EUA optarem por impor um custo de carbono por meio de regulamentação e descontos, em vez de impostos ou comércio, isso não deve importar. O que deve importar é o preço equivalente.”

Ela citou a proposta do FMI de um preço mínimo de carbono e a proposta lançada pela Alemanha de um “clube de carbono” das maiores economias do mundo, que coordenaria como os membros medem e precificam as emissões de carbono e permitiria a cooperação na redução de emissões nos maiores setores industriais.

“Se haverá um avanço nesta COP ou depois, tem que ser logo, porque estamos praticamente sem tempo para ter sucesso nessa transição.”

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