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China: Crise imobiliária ainda prejudica recuperação econômica

07 out 2022, 17:34 - atualizado em 07 out 2022, 17:34
China
China dá sinais de retomada econômica, mas crises da covid-19 e imobiliária ainda prejudicam atividade (Imagem: REUTERS/Tingshu Wang)

A China recuperou ligeiramente o ritmo da atividade econômica, devido à maior flexibilidade das medidas de combate à Covid-19. Porém, a crise imobiliária tende a manter o crescimento sob pressão. Ainda mais se as vendas de imóveis não aumentarem.

“A China finalmente mostra sinais de ligeira recuperação”, afirma a economista-chefe para a China do ING, Iris Pang. Para ela, o país enfrenta duas crises: a da covid-19 e a imobiliária.

Porém, períodos de quarentena mais curtos e bloqueios mais localizados após os surtos recentes de coronavírus permitiram que mais pessoas fossem trabalhar. “Houve menos impacto na força de trabalho do que as medidas impostas há alguns meses”, explica a economista do banco holandês. 

Estímulos lentos

Contudo, Pang avalia que os estímulos fiscais e monetários ainda não ganharam tração. “Os gastos dos governos locais foram divididos entre terminar casas incompletas e investir em infraestrutura”, observa.

A economista explica que os governos locais com recursos fiscais limitados tiveram de priorizar o que lidar primeiro. Para a maioria deles, o problema mais urgente é a estagnação na construção de moradias.

Consequentemente, houve uma queda nos leilões de terras, que tradicionalmente fornecem aos governos locais a receita necessária para administrar suas províncias adequadamente.

Embora Pequim tenha ordenado um aumento no investimento em infraestrutura, apenas alguns governos locais realmente aceleraram os gastos.

Ao contrário, a maioria investiu principalmente em projetos existentes – não em novos. Alguns governos locais têm feito parcerias com incorporadoras para finalizar projetos inacabados.

Luz no fim do túnel?

“Uma melhora no sentimento do mercado só acontecerá se projetos maiores forem finalizados”, afirma a economista do ING. 

Só aí, a compra de imóveis deve aumentar. Por enquanto, o que se observa é uma demanda de compradores de “primeira viagem”, atraídos por taxas de hipoteca mais baixas. 

“Essa nova demanda parece estar reativando as vendas de casas existentes, que eram lentas no passado devido a muitas novas construções chegando ao mercado”, destaca Pang.

Para a economista, essa mudança pode reduzir a demanda por novas casas. “Mas pelo menos alguns compradores estão de volta ao mercado”, destaca.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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