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China deve pagar menos por carnes do Brasil em 2024; quando o jogo vai virar?

05 fev 2024, 17:35 - atualizado em 05 fev 2024, 17:54
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A expectativa do FMI é de que a China enfrente um ciclo de desaceleração econômica de 2024 a 2028; entenda os impactos para o Brasil(Foto: Mapa)

Um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta um crescimento econômico da China em 2024, de 4,6%, contra uma estimativa anterior de 5,4%. Para os padrões chineses, que acostumou os analistas com números bem maiores, a previsão é considerada modesta.

Além disso, de 2024 a 2028, a expectativa do FMI é de que a China enfrente um ciclo de desaceleração econômica. Para 2028, a expectativa é de uma alta de 3,4%. Essa freada, de acordo com especialistas, trará inevitáveis impactos sobre o mercado internacional.

Para Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, a desaceleração do gigante asiático deve pressionar as exportações do Brasil, já que a nossa economia é muito centrada no mercado chinês.

“Produtos como carne bovina, de frango, suína, minério de ferro, milho, soja e algodão, e outras diferentes commodities que exportamos, tendo a China como principal compradora, serão impactados, com destaque para as carnes, e isso por conta da crise na suinocultura da China”, afirma Iglesias.

Ele acrescenta que a China sairá de uma situação de “crise de escassez de oferta em 2022, para uma crise de excesso de oferta, com muita carne suína no país, com custos altos para produção dessa proteína“, explica.

Dessa maneira, Iglesias ressalta que, com preços enfraquecidos, a China não participará ativamente do mercado global. “Em termos de volume, o país seguirá nos patamares elevados. Por outro lado, a China não pagará preços altos por proteínas animal, enquanto não houver melhora dos seus indicadores macroeconômicos e da sua suinocultura, fatores que caminham de mãos dadas”, observa.

Para ele, “essas condições para as carnes só devem a melhorar no segundo semestre de 2024, quando veremos um mercado mais enxuto em termos de carne suína e uma expectativa de melhora da economia pelos estímulos do governo da China. Sendo assim, 2024 não deve ser um ano de altas explosivas.”

Por fim, há 12 meses, o preço pago pela China para a tonelada de carne bovina era de US$ 6.288,50. Um sinal de que os preços já estão em queda são os cerca de US$ 4.500 por tonelada de carne que os chineses pagam atualmente, um valor 30% menor do que o da comparação.

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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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