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China quer produzir mais 11,5 mi/t de carnes em 3 anos, sem crescer em suína. Dá para acreditar?

11 fev 2022, 15:04 - atualizado em 11 fev 2022, 15:04
China que produzir mais carne, mas não conta com o aumento de suínos (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

A intenção da China em acrescentar 11,5 milhões de toneladas à sua produção de carnes, em apenas nos próximos três anos, é daquelas informações que o governo produz rotineiramente para despistar a voracidade dos fornecedores globais e as agências de notícias tornam mais confusas ainda.

A começar pelo principal destaque da nota: a China alcançaria essa meta, atribuída a um suposto plano de modernização da agropecuária, mantendo a estabilidade da carne suína em torno de 55 milhões de toneladas, que foi a última marca anual do país oficialmente reconhecida na mesma informação que circula nesta sexta (11)

Ou seja, a China sairia de 77,5 milhões/t para 89 milhões/t sem contar com o aumento de sua principal base produtiva de proteína animal e base da dieta, que foi muito afetada em 2018 e 2019 pela peste suína africana.

Os chineses precisariam, portanto, contar apenas com a expansão do plantel de aves, bovinos e cordeiros, que, respectivamente, teriam marcados 22 milhões/t, 6,8 milhões/t e 5 milhões/t, em dados confusos se de fato foram atingidos o ano passado.

Se forem considerados que todos esses números são verdadeiros, o que nunca é fácil de verificação em se tratando de China, mesmo para os padrões chineses esse crescimento previsto é muito elevado para tão pouco tempo.

A produção de frango, de ciclo mais curto, pode crescer mais, mas a carne tem peso físico muito pequeno, daí que precisaria compensar com um volume sem precedentes o ciclo de produção de bovinos, que é de no mínimo dois anos, por exemplo.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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