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Colapso de Terra (Luna) e queda do bitcoin (BTC): 4 impactos concretos na economia real

15 maio 2022, 16:00 - atualizado em 13 maio 2022, 17:57
Terra Bitcoin
A cotação do bitcoin raspou na marca dos US$ 26,3 mil na quinta-feira (12) (Imagem: Unsplash/Kanchanara)

O colapso dos tokens da rede TerraLUNA e a stablecoin TerraUSD (UST) — parou o mercado de criptomoedas na última semana.

O pesadelo da rede Terra teve início na segunda-feira (9), quando a stablecoin UST perdeu seu lastro em dólar.

Com a queda, investidores se desesperam e tentaram sacar a stablecoin.

É importante lembrar que UST, diferentemente de outras stablecoins que têm reservas em investimentos com liquidez, como dinheiro físico e títulos, tinha parte de sua reserva em bitcoin (BTC) e dependia do mecanismo de emissão e queima de tokens criado por Terra, em que UST e LUNA estavam diretamente interligados.

Somada a queda do bitcoin com o aumento drástico de LUNA presente no mercado, devido ao mecanismo de Terra, os tokens da rede começaram a derreter rapidamente.

Durante a última semana, o mercado cripto viu LUNA e UST desabarem, e observou o auge — ou o fundo do poço — dessa jornada na sexta-feira (13), quando LUNA chegou a uma fração de dólar, e UST atingiu US$ 0,13.

Bitcoin tem recorde de perdas semanais

A última semana também foi de forte tensão para a maior criptomoeda do mercado — o bitcoin.
A cripto mergulhou na madrugada da última quinta-feira (12), atingindo a marca dos US$ 26.350, a pior marca desde dezembro de 2020.

Segundo o Business Insider, o bitcoin está a caminho de mais uma semana de perdas, a sétima consecutiva — marcando a sequência de perdas mais longa da história da criptomoeda. Antes de 2022, BTC não havia registrado tantas perdas semanais seguidas.

“O colapso mais recente dessa roda da fortuna demonstra que a especulação com criptomoedas é extremamente de alto risco e não é adequada para investidores que não têm dinheiro que possam perder”, disse a analista sênior de investimentos e mercados da Hargreaves Lansdown, Susannah Streeter.

Impactos práticos na economia real

A queda no preço do bitcoin e o colapso de LUNA e UST afetaram não só investidores do varejo, mas também aspectos econômicos práticos e investidores institucionais. Confira abaixo os impactos reais gerados pela queda no mercado cripto:

1 – Pressão por regulamentação aumenta

Além de UST, Tether (USDT) — a maior stablecoin do mercado — também perdeu seu lastro em dólar na última semana, chegando a US$ 0,94 na quinta-feira (12).

O abalo das stablecoins foi notado por figuras importantes do mercado, como a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen.

Em uma audiência nessa semana, Yellen usou a queda de UST como exemplo para solicitar o adiantamento de uma regulamentação de stablecoins até o final deste ano.

“Uma stablecoin conhecida como TerraUSD experienciou uma saída de investidores e registrou queda em seu valor. Acredito que isso simplesmente ilustra que este é um produto em rápido crescimento e que existem riscos crescentes”, disse Yellen.

A secretária do Tesouro acrescentou que “é importante, até mesmo urgente”, que o Congresso aprove uma legislação sobre stablecoin até o final deste ano.

2 – El Salvador sem salvação

O saldo de 2.301 bitcoins de El Salvador se desvalorizou em US$ 35 milhões, após a criptomoeda ter atingido sua pior métrica desde dezembro de 2020.

Segundo o Decrypt, o presidente do país, Nayib Bukele, gastou US$ 103 milhões em bitcoin, após legalizar a criptomoeda, em setembro de 2021. Atualmente, o tesouro de El Salvador em bitcoin vale cerca de US$ 65 milhões.

No início da semana, o presidente afirmou que havia aproveitado a queda do bitcoin para comprar 500 BTC de uma só vez — a maior aquisição do país. Embora tenha gastado US$ 15,5 milhões na compra, essa transação agora vale US$ 14,1 milhões.

O presidente de El Salvador foi criticado anteriormente por sua falta de transparência quanto à gestão de bitcoin do país. Não se sabe quem detém as chaves privadas e como é feito o uso de dinheiro público para o projeto de bitcoin.

Além disso, os comunicados de compra da criptomoeda só são feitos por meio de tuítes do presidente, sem a divulgação de documentos oficiais.

3 – Tesla registra perda milionária

No início do ano passado, a Tesla (TSLA; TSLA34), a companhia de carros elétricos de Elon Musk, adquiriu US$ 1,5 bilhão em bitcoin, pagando cerca de US$ 31,6 mil por cada BTC.

Um mês depois, a Tesla vendeu 10% de suas reservas da criptomoeda, obtendo um lucro de US$ 101 milhões. No entanto, essa foi a única venda da companhia, apesar de o bitcoin ter atingido sua máxima histórica de US$ 68.789, em novembro de 2021.

O preço do bitcoin caiu cerca de 10% em relação ao que Tesla pagou por cada um. A companhia de Elon Musk tem 42 mil BTC em seu balanço, que valem cerca de US$ 1,19 bilhão, uma perda de, aproximadamente, US$ 310 milhões.

4 – MicroStrategy também perde milhões

A MicroStrategy, outra companhia com bitcoin em seu balanço, também ficou no vermelho com a queda da criptomoeda.

Tendo um defensor do bitcoin, Michael Saylo,r como CEO, a MicroStrategy já comprou 129.218 BTC, a um preço médio de US$ 30,2 mil cada. Com isso, as reservas da empresa na criptomoeda valiam US$ 3,9 bilhões.

No entanto, com a queda do bitcoin, as reservas da empresa tiveram uma perda de quase 300 milhões.

Não foram somente as reservas em bitcoin da MicroStrategy que registraram perda. As ações da empresa também despencaram cerca de 45% nessa semana, segundo o Decrypt.

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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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