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Com escalada da Selic a 5,5%, ainda vale investir nas construtoras?

14 jun 2021, 19:08 - atualizado em 15 jun 2021, 0:59
Mercado, Selic
Para o Inter Research, até agora as construtoras apresentam sinais de resiliência, apesar dos desafios macroeconômicos (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Bancos e corretoras já dão quase como certo que a taxa Selic, que regula os juros no Brasil, irá subir até o final do ano. Ruim para o mercado de crédito, já que contrair empréstimos fica mais caro.

Em um cenário como esse, como deve se comportar o setor das construtoras, que dependem, em grande medida, dos financiamentos imobiliários?

Para o Inter Research, até agora as construtoras apresentam sinais de resiliência, apesar dos desafios macroeconômicos.

“Com a Selic esperada de 5,5% para o final 2021, ainda não enxergamos o mercado de crédito como potencial risco de entrave à atividade na construção no atual momento”, afirma o analista Gustavo Caetano.

Segundo ele, embora pressões nos custos de construção devam atrasar novos projetos e, assim, comprometer as projeções de lançamentos para 2021, as vendas líquidas devem permanecer aquecidas no médio prazo, com maior consumo dos estoques das construtoras para atendimento da demanda.

“Com a sinalização do Banco Central de normalização parcial da Selic, bons indicadores da atividade econômica e resultados fiscais melhores que o esperado, o mercado de crédito imobiliário à pessoa física permanece em níveis elevados e taxa média com novo recorde baixista, a 6,7%”, afirma.

A tendência positiva é confirmada pelo o índice de confiança na construção, que subiu 2,2 pontos percentuais, para 87,2 pontos, “o que ilustra uma melhora de cenário para o setor, com tom mais otimista a ser esperado no segundo semestre”, completa.

Ainda de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o setor manteve sua oferta líquida de trabalho, com mais de 22 mil postos adicionados à sua base, alcançando assim o patamar de 134,2 mil postos de trabalho, o que, segundo Caetano, sugere a manutenção da atividade aquecida.

Por outro lado, ele lembra que o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) voltou a acelerar e atingiu o patamar de 1,80% no mês de maio, o que reforça as pressões nos insumos do setor, com alta generalizada nos diversos produtos, como materiais metálicos e produtos químicos.

“Além disso, o setor deve sofrer uma pressão adicional da mão de obra no INCC, algo já sentido em maio e que deve ter peso maior à medida que novos reajustes salariais são previstos no curto prazo”, completa.

Mesmo assim, o dólar mais fraco e a queda dos preços das commodities podem contribuir positivamente para atenuar os custos, o que não afasta completamente os riscos.

“Além da deterioração nas margens, destacamos que a alta dos insumos é hoje um dos principais entraves para o desempenho do setor, dado que seu impacto pode se estender às vendas”, destaca.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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