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Com incertezas do governo Lula, Santander corta preço-alvo de construtoras e só Cury (CURY3) se salva

05 jan 2023, 15:01 - atualizado em 05 jan 2023, 15:01
Construção civil
Santander revisa preço-alvo de construtoras, principalmente, de baixa renda diante condições macroeconômicas (Imagem: José Paulo Lacerda/CNI)

O Santander cortou o preço-alvo das principais construtoras de sua cobertura e diz ter muitas razões para uma visão cautelosa sobre o segmento de média renda para 2023, no primeiro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Para os analistas Antônio Castrucci, Fanny Oreng e Matheus Meloni, na construção civil, uma combinação de baixa confiança de empresas e consumidores pode levar a níveis de lançamentos e pré-vendas abaixo do esperado para nomes de média renda cobertas pelo Santander.

Com isso, os analistas revisaram para baixo os preços das ações de: MRV (MRVE3), de R$ 19 para R$ 15; Tenda (TEND3), passando de R$ 9 para R$ 5,40; Cyrela (CYRE3), de R$ 22 para R$ 21; Moura Dubeux (MDNE3) de R$ 9,50 para R$ 9; Eztec (EZTC3), de R$ 25,50 para R$ 21,50; Even (EVEN3), caindo de R$ 8,50 para R$ 5,40; e JHSF (JHSF3), de R$ 10 para R$ 8.

Cenário para construtoras preocupa

A equipe Santander avalia que um aumento na quantidade de projetos de baixo desempenho sendo entregues tem potencial para pressionar preços em algumas regiões.

Além disso, um aumento adicional nos custos de hipoteca, à medida que bancos se aproximam dos 80% dos recursos da poupança alocados no financiamento habitacional. Isso depois de dois anos de forte nível de financiamento a taxas atrativas.

“Reiteramos nossa preferência por construtoras de baixa renda. Isso devido à demanda estrutural reprimida associada ao elevado déficit habitacional e formação familiar robusta”, diz a equipe.

De olho no rebatizado Minha Casa Minha Vida

Entretanto, a preferência por construtoras de baixa renda pelo Santander depende de melhorias na acessibilidade ao crédito após mudanças no programa Casa Verde e Amarela (CVA), desde julho de 2022, e que ainda não se tornaram totalmente efetivas.

Apesar do corte de preço-alvo da MRV, o Santander reiterou a recomendação de compra acreditando que a construtora mineira é uma das empresas que podem “se beneficiar ao máximo” de melhorias adicionais no programa CVA, agora rebatizado pelo governo Lula de Minha Casa Minha Vida (MCMV).

Sobre a Tenda, uma das principais do segmento de baixa renda, o Santander prefere avaliar os resultados do quarto trimestre e o consolidado do ano. Até lá, as ações seguem com recomendação neutra. Em relação ao corte da Cyrela, a instituição também manteve a recomendação de compra e a preferência no setor de média/alta renda.

A Even, por sua vez, teve sua recomendação rebaixada de compra para neutro diante uma potencial revisão de lucros, para negativo, em meio ao seu maior nível de estoques, maior exposição a projetos fracos, além da potencial desaceleração de lançamentos.

Cury na contramão das construtoras

Em contrapartida, a Cury (CURY3) teve elevação de preço-alvo, passando de R$ 16 para R$ 18. Ao lado da Direcional (DIRR3), é a construtora preferida do banco. Segundo os analistas, a construtora vem registrando forte crescimento de ganhos e potencial para expansão do retorno sobre o patrimônio líquido, além da forte execução.

“Não devemos ignorar o potencial para revisões de ganhos positivos de 2023 em diante para a Cury, que deve melhorar ainda mais com a acessibilidade para as faixas de renda mais baixa”, diz.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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