Internacional

Comissão da UE é criticada por não revelar texto sobre acordo com Pfizer sobre vacinas

28 jan 2022, 11:21 - atualizado em 28 jan 2022, 11:21
Ursula von der Leyen
Em uma entrevista em abril, von der Leyen, chefe executiva do bloco,  revelou que havia trocado mensagens de texto com o presidente da Pfizer por um mês enquanto negociavam um contrato de compra de vacinas (Imagem: Facebook/European Commission)

A ouvidora da União Europeia acusou a Comissão Europeia de má gestão nesta sexta-feira por não revelar mensagens de textos trocadas entre a chefe do Executivo do bloco, Ursula von der Leyen, com o presidente da Pfizer Albert Bourla para fechar um acordo para compra de vacinas contra a Covid-19.

Em uma entrevista em abril, von der Leyen revelou que havia trocado mensagens de texto com Bourla por um mês enquanto negociavam um contrato de compra de vacinas.

Mas em resposta a um pedido de acesso público por um jornalista, a Comissão afirmou posteriormente que o registro das mensagens não foi mantido.

“A maneira restritiva na qual esse pedido de acesso público foi tratado significa que nenhuma tentativa foi feita para identificar se essas mensagens existiram”, afirmou a ouvidora Emily O’Reilly.

“A ouvidora concluiu que isso representa má gestão”, disse em nota, pedindo que a Comissão cheque novamente se há mensagens relevantes e que responda à recomendação até o dia 26 de abril.

Um porta-voz da Comissão se recusou a comentar sobre se as mensagens haviam sido canceladas ou se elas foram trocadas por meio de um telefone pessoal ou de uso profissional.

Ele disse a jornalistas que o Executivo da UE responderá à ouvidora até o final do prazo estabelecido e lembrou que as regras do bloco determinam o armazenamento de documentos, sem regras específicas para armazenamento de mensagens de texto desde que elas não sejam tratadas como documentos.

As recomendações da ouvidora não são de cumprimento obrigatório, mas normalmente provocam um escrutínio intenso do Parlamento Europeu.

“A Comissão Europeia se tornou menos transparente, menos responsável ao Parlamento Europeu e, francamente, mais descolada da democracia europeia”, afirmou a parlamentar europeia Sophia In’t Veld, que é membro do mesmo bloco que o partido do presidente francês, Emmanuel Macron.

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