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Como a JBS (JBSS32) tem avançado após a listagem nos EUA e quais os planos para os dividendos? Com a palavra, o CFO

02 dez 2025, 7:03 - atualizado em 01 dez 2025, 18:04
Guilherme Cavalcanti, CFO da JBS. (Foto: Divulgação)

Após anos de espera, 2025 finalmente marcou a estreia da JBS (JBSS32) na Nyse, nos EUA, em 12 de junho.

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Um dos principais objetivos desta dupla listagem da empresa dos irmãos Batista era melhorar sua visibilidade perante investidores internacionais e passar a ter acesso a fundos com restrições estatutárias para investir em mercados como o Brasil.

Essa reestruturação também tinha como objetivo destravar valor para suas ações e reduzir seu custo de capital.

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“A dupla listagem abriu um novo capítulo na JBS”, afirma o CFO Guilherme Cavalcanti, em entrevista ao Money Times. “A listagem abriu as portas para um universo maior de investidores e a um custo de capital mais baixo. Acreditamos que a listagem a coloca em pé de igualdade com outras empresas globais do setor, que têm múltiplos de avaliação mais elevados.”

Desde o começo do ano, as ações da JBS acumulam valorização de 33%. De acordo com informações da própria companhia, em quase seis meses, a JBS superou mais de US$ 115,2 milhões em volume diário de negócios, o que representa avanço de 210% em relação à média de 2024.

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Elevando os múltiplos

A JBS é negociada entre 5x e 5,5x em Enterprise Value/Ebitda (EV/Ebitda), enquanto as concorrentes da companhia nos Estados Unidos e na Europa, na média, são negociadas a 8x ou 8,5x EV/Ebitda.

O EV/Ebitda mede quanto o mercado está disposto a pagar pelo lucro operacional de uma empresa, antes de juros, impostos, depreciação e amortização. Um valor mais baixo pode indicar uma oportunidade de compra mais atraente.

“Essa comparação demonstra o quanto a JBS pode crescer dentro do mercado de ações norte-americano”, afirma Cavalcanti.

Agenda intensiva

Para se tornar mais conhecida entre os investidores estrangeiros, o executivo conta que tem investido numa agenda intensiva de reuniões e conferências. Segundo ele, o número de interações, por exemplo, aumentou em 14% no acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano anterior.

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Num avanço rápido, mas esperado, já em setembro o frigorífico passou a integrar o índice FTSE US, que reúne 537 companhias listadas no país, com mais de US$ 50 trilhões em valor de mercado. E ela quer mais.

“A companhia tem a intenção de ser elegível para inclusão em importantes índices de ações americanos, como o S&P, CRSP e Russell”, diz Cavalcanti.

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E os dividendos?

O CFO destaca o histórico da companhia como boa pagadora de dividendos. “A companhia tem um histórico de distribuição consistente de dividendos, com uma média de cerca de US$ 1 bilhão por ano nos últimos cinco anos”, afirma.

“Em anos de desempenho excepcional e na ausência de oportunidades de M&A, a JBS pode considerar distribuições adicionais ou recompra de ações”, disse ele. No mês passado, o frigorífico concluiu um programa de recompra de ações Classe A e BDRs num total de US$ 600 milhões.

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Perguntado sobre a possibilidade de adotar uma política de dividendos regulares, Cavalcanti, porém, desconversa. Ele lembra, ainda, que agora a empresa não precisa mais seguir a legislação brasileira, que exige um mínimo de 25% do lucro líquido.

“A política de dividendos da JBS continuará a ser baseada na geração de caixa da empresa. A listagem nos EUA remove a legislação brasileira, que exigia um mínimo de 25% do lucro líquido, mas a prática da JBS já era de pagamentos superiores a esse mínimo. Em um setor cíclico, não é possível prever valores fixos ou progressivos para dividendos.”

Hora de comprar?

A ação da JBS é acompanhada por cerca de 20 bancos e casas de análise, nacionais e globais, a grande maioria com recomendação de compra para o papel.

Uma delas é do Bank of America, por exemplo. Em relatório divulgado em 16 de novembro, após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2025, o BofA reiterou sua recomendação de compra e elevou o preço-alvo de US$ 20 (R$ 110) para US$ 21 (R$ 114).

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“Reiteramos compra, dado: 1) impulso resiliente de lucros em 2026; 2) oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico; e 3) avaliação atrativa a 6,0x EV/Ebitda, versus Tyson a 7,9x, enquanto a JBS demonstra confiança em US$1 bilhão em dividendos em 2026 (yield de 7%)”, escreveram os analistas do banco.

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É jornalista formada pela ECA-USP, com MBA em Informações Econômico-Financeiras e Mercado de Capitais para Jornalistas pela B3. Tem mais de 25 anos de experiência e passagem pelas principais redações do país – entre elas, Estadão, Folha, UOL e CNN Brasil. Atualmente, é editora-chefe do Money Times.
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