CryptoTimes

Como obter e aumentar seu rendimento com bitcoin e demais criptoativos

04 jul 2020, 13:00 - atualizado em 04 jul 2020, 13:07
Neste guia, analisamos o conceito de rendimento com criptoativos e mostramos como um investidor pode ganhar, com segurança, bitcoin, altcoins (criptomoedas alternativas) e fiduciárias a partir de seus ativos existentes — sem ter que negociá-las — e com um melhor rendimento sobre investimento (ROI, na sigla em inglês) do que muitos investimentos tradicionais (Imagem: Freepik/master1305)

Rendimento se refere aos ganhos gerados e obtidos de um valor mobiliário por um período de tempo. É expressado como uma porcentagem baseada na quantia investida e inclui juros ganhos ou dividendos recebidos pelo investimento em um valor mobiliário específico.

No mundo financeiro tradicional, rendimentos são gerados a partir de ações na forma de dividendos ou de títulos na forma de juros.

Embora grande parte dos investidores em cripto busca lucrar com as flutuações do preço de cripto, existem diversas formas de um investidor ganhar um rendimento estável e bem mais modesto.

Neste guia, analisaremos três formas populares de ganhar um rendimento melhor com criptoativos em 2020 — e detalharemos os riscos relacionados a esse tipo de investimento.

1. Concessão de empréstimos em DeFi

Outro tipo de empréstimo comum no setor de criptoativos é a concessão de empréstimos para pessoas por meio de uma plataforma de empréstimos cripto de finanças descentralizadas (DeFi). O processo é bem parecido com o do setor bancário tradicional.

Da mesma forma com um banco, detentores de cripto em busca de melhor rendimento depositam seus ativos em uma plataforma e, quando alguém pega os ativos emprestado, ganham juros.

Geralmente, quem pede um empréstimo põe pelo menos 150% do valor do empréstimo em criptoativos como garantia e receber fiduciárias em trocas.

Isso permite que mutuários tomem uma linha de crédito por seus criptoativos sem terem que liquidar suas posses. Em troca do empréstimo de fiduciárias ao mutuário, o mutuante cobra uma taxa anual de porcentagem.

Detentores de cripto em busca de melhor rendimento depositam seus ativos em uma plataforma e, quando alguém pega os ativos emprestado, ganham juros (Imagem: BlockFi)

Quando o mutuário repagar o empréstimo com juros, recebem seus criptoativos de volta. A plataforma que facilita o empréstimo também recebe uma parte dos juros pagos pelo mutuário.

Porém, em vez de um intermediário ditar os termos do empréstimo, conectar mutuantes e mutuários e distribuir juros, com DeFi, essas funções são realizadas por um contrato autônomo (ou “smart contract”).

Devido à falta de intermediários, geralmente, o mutuante ganha um rendimento mais alto do que ganharia por meio de outras instituições financeiras.

O empréstimo em DeFi se tornou cada vez mais popular nos últimos anos segundo dados do relatório trimestral sobre crédito cripto da Credmark.

Entre o quarto trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2020, o volume de dívidas em 85% das credores DeFi pesquisadas aumentou de US$ 1,79 bilhão para US$ 2,58 bilhão, enquanto atividades em garantias aumentou de US$ 3,61 bilhão para US$ 5,11 bilhão.

No primeiro trimestre de 2020, juros ganhos por empréstimos DeFi totalizaram US$ 43 milhões, um aumento de 45% do terceiro trimestre de 2019.

Plataformas que fornecem variações desse tipo de serviço incluem Nexo, BlockFi e Celsius Network. O tipo de ativo que você empresta influenciará seu rendimento — geralmente de 5 a 10%.

Por exemplo, Nexo afirma que stablecoins como tether (USDT) e True USD (TUSD) podem garantir até 10%, enquanto outras criptomoedas, como bitcoin (BTC), ether (ETH) e litecoin (LTC) podem garantir até 5%.

O mutuário deve acrescentar mais garantia ao empréstimo ou que sua garantia seja liquidada quando a proporção de empréstimo para valor (LVT) caia abaixo de um nível pré-definido (Imagem: Freepik)

Os riscos da concessão de empréstimos em DeFi

Assim como o setor financeiro tradicional, os riscos para credores em plataformas DeFi é diminuído por credores que fornecem garantias — geralmente, a um valor mínimo de 150% do valor do empréstimo.

Empréstimos são garantidos com criptoativos e, na maioria das vezes, o mutuário recebe dólar ou outra moeda fiduciária.

Fornecer uma garantia superior de empréstimo certifica que 1) se um mutuário não pagar o empréstimo, o mutuante pode liquidar a garantia e recuperar seu investimento e 2) se o valor da criptomoeda começar a cair, a garantia pode ser liquidada para certificar que seu valor não caia abaixo do valor do empréstimo. Esses mecanismos fornecem mais certeza para mutuantes que seu capital será devolvido.

Porém, fornecer uma garantia superior em cripto tem sua desvantagem. Já que a porcentagem pela qual o empréstimo é sobregarantido depende do valor do criptoativo, empréstimos dessa natureza não são bons para mutuários em mercados de baixa, pois o valor de sua garantia pode cair.

Isso significa que ou o mutuário deve acrescentar mais garantia ao empréstimo ou que sua garantia seja liquidada quando a proporção de empréstimo para valor (LVT) caia abaixo de um nível pré-definido.

Outro risco a se considerar é o risco técnico relacionado à contratos autônomos no processo de empréstimo. Houve vezes em que um hacker conseguiu obter toda a garantia de um contrato, como os US$ 25 milhões que foram roubados da dForce em abril de 2020.

Apesar de DeFi ser chamada de “finança sem necessidade de confiança”, o risco de contraparte associado com empréstimos por meio das instituições financeiras tradicionais agora migrou para o risco dos contratos autônomos e técnicos.

Para investidores que buscam por um rendimento mais confiável e com menos risco de desvantagem, o empréstimo para esses negociadores alavancados é uma opção oferecida por inúmeras corretoras (Imagem: Pixabay/Marinefreex)

2. Empréstimo de cripto em margem

Uma forma de melhorar o rendimento de bitcoin e outras criptomoedas surgiu como resultado de corretoras cripto fornecendo negociação alavancada para seus clientes.

Quando um negociador usa alavancagem, basicamente usam seus ativos, cripto ou fiduciária, para tomar um empréstimo, que permite que alavanquem negociações com mais dinheiro do que têm.

Corretoras cripto que fornecem alavancagem incluem FTX, BitMEX, Deribit, Binance e BTSE — com alavancagem entre 5 e 100. É claro, todos os riscos normais de negociação são associados com a negociação alavancada.

Para investidores que buscam por um rendimento mais confiável e com menos risco de desvantagem, o empréstimo para esses negociadores alavancados é uma opção oferecida por inúmeras corretoras.

Devido à quantidade de capital necessária para fornecer serviços de empréstimo em margem, esses empréstimos podem ser oferecidos por pessoas — por meio da corretora — em vez da própria corretora. Corretoras que fornecem esse tipo de serviço de empréstimo cripto em margem incluem Poloniex, Bitfinex e dYdX.

Basicamente, funciona da seguinte forma: se alguém tem US$ 1 mil e quer negociar com alavancagem em cinco vezes, usam seus US$ 1 mil como garantia para um empréstimo de US$ 4 mil em sua corretora que possui uma taxa de juros.

Esses juros são cobrados diariamente, apesar de isso variar para cada corretora, e a taxa em que o capital é emprestado flutua segundo a oferta e demanda.

Após um ano, esses empréstimos vão gerar um rendimento entre 7 e 15%. Já que o empréstimo em margem acontece ao longo de um dia, o investidor obtém juros cumulativos diários.

A uma taxa de 0,03% por dia (a taxa padrão na BitMEX, por exemplo), a taxa anualizada é de 10,95%. Porém, por conta do cumulativo diário, a taxa anual gerada seria de 11,57%, compensando o investidor com um meio por cento extra.

A estratégia dominante é para forçar a liquidação de uma posição do negociador se chegar muito próxima da margem de garantia (Imagem: Freepik)

Os riscos do empréstimo de cripto em margem

No contexto da negociação em margem, o calote de um empréstimo é bem diferente do que simplesmente não realizar pagamentos.

Negociadores em margem pegam capital emprestado para negociarem que, por sua vez, aumenta tanto suas perdas como seus ganhos. Porém, esse capital emprestado não pode ser sacado da corretora e deve ser usado para negociação.

Para diminuir o risco para mutuantes, corretoras aplicam diversas estratégias de mitigação porque mutuantes geralmente não têm os meios jurídicos ou logísticos para recuperar uma dívida se o mutuário der o calote.

A estratégia dominante é para forçar a liquidação de uma posição do negociador se chegar muito próxima da margem de garantia.

Por exemplo, digamos que alguém possui US$ 1 mil de garantia e abra uma posição comprada de US$ 5 mil (com alavancagem de cinco vezes) em bitcoin a US$ 10 mil, ou seja, comprando 0,5 BTC.

Se o preço do bitcoin caísse para US$ 8 mil, o negociador em margem não teria mais ações e quaisquer outras perdas seriam um encargo para o mutuante.

Para evitar esse cenário, corretoras implementam uma participação de porcentagem mínima que uma posição em margem deve manter e, se cair abaixo desse nível, a posição é liquidada.

Geralmente, isso é maior do que o “preço de falência”, ou seja, o nível em que o negociador não tem mais qualquer participação — digamos, em US$ 8.250.

Esse mecanismo certifica que o negociador não perca mais do que a garantia que investiu nessa posição e isso diminui as chances do mutuante perder qualquer parte de seu investimento.

Embora existam contextos específicos em que um mutuante ainda pode ter perdas sobre seu capital emprestado, esse contexto é extremamente raro e, na maioria das vezes, a corretora cobre as perdas.

Porém, isso não quer dizer que empréstimo em margem não é livre de riscos, conforme explica um artigo na Bitfinex.

Staking envolve a detenção de fundos em uma carteira cripto para apoiar a segurança e as operações de uma rede blockchain (Imagem: Freepik)

3. Staking de cripto

Investidores interessados em ganhar um rendimento no ambiente cripto também podem realizar o staking de certos criptoativos para gerar um retorno.

Basicamente, staking é o ato de bloquear um criptoativo para ganhar uma recompensa que, geralmente, é paga com o mesmo criptoativo. Staking envolve a detenção de fundos em uma carteira cripto para apoiar a segurança e as operações de uma rede blockchain.

A porcentagem que um investidor ganha é denominada nos criptoativos sendo detidos e, assim, os rendimentos em termos de fiduciária podem ser bem variáveis.

Preço do token Synthetix aumentou mais de 150% durante junho. (Imagem: dados da BNC)

Staking é como ações e dividendos quando consideramos que o ativo subjacente está sujeito às movimentações de preço e, periodicamente, o ativo gera um retorno. Criptoativos populares para staking incluem tezos (XTZ), decred (DCR) e synthetix (SNX).

Os riscos do staking de cripto

Ao considerar os riscos envolvidos em staking, a mesma lógica pode ser usada quando aplicada a ações e dividendos. Já que a entidade que realiza o staking da criptomoeda não a empresa para ninguém, não há risco de uma contraparte dar o calote no empréstimo.

Em vez disso, a fonte principal de risco ao investimento parte da volatilidade de preço do ativo sendo realizado no staking e o risco técnico associado à posse e ao staking de criptoativos.

Basicamente, enquanto você ganha DCR ao realizar o staking, se o preço do DCR cair, você provavelmente sairá prejudicado. Então, investidores devem considerar o custo de oportunidade para o staking de cripto.

Em resumo, o mercado de empréstimo para criptoativos apresenta muitas oportunidades para que investidores ganhem um rendimento que é bem maior do que ganhariam com empréstimos em outro lugar.

Além disso, serviços de empréstimo em cripto possuem proteções internas que em muitos cenários evitam que um mutuante perca seu capital. Existe um forte argumento para empréstimos no mundo cripto ao considerar os rendimentos que podem ser ganhos em comparação ao risco tomado por um investidor.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.