Coluna do Daniel Abrahão

Como proteger o seu dinheiro no Brasil da retomada global incerta; tubarões estão em alerta

03 ago 2023, 16:00 - atualizado em 03 ago 2023, 16:01
Renda fixa
Como proteger o seu dinheiro no Brasil em tempos ainda sombrios na economia mundial. Experts do mercado já montam posições. (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A economia global também continua a enfrentar os impactos abrangentes e duradouros de um mundo pós-pandêmico. Nenhuma análise macroeconômica atual deve negligenciar os amplos impactos globais e influências do Covid-19.

O efeito das políticas tomadas pelos bancos centrais na economia também se estende com as consequências significativas nos mercados financeiros.

Assim, os pacotes trilionários de ajuda financeira, principalmente as famílias, fizeram de forma nunca antes vista disparar a poupança global, porém há preocupação em relação ao esvaziamento, mais rápido do que previsto do excesso de poupança pós-pandêmica.

Os mercados financeiros alimentaram grandes expectativas de um pouso suave para a economia, impulsionando o crescimento de títulos e ações.

No entanto, uma redução mais intensa no excesso de poupança gerada pela pandemia de Covid-19 pode ser uma surpresa negativa para os investidores mais otimistas.

Excesso de poupança

Durante a pandemia, as economias ao redor do mundo experimentaram um fenômeno chamado “excesso de poupança”, que se refere ao acúmulo de economias além dos níveis de tendência.

Embora as configurações possam variar, os economistas concordam que esse aumento nas reservas é uma característica marcante desse período excepcional.

Nos países de economias mais avançadas, a poupança mais que dobrou e nos emergentes também subiu em sua média, no entanto, de forma menos intensa.

As famílias globalmente acumulam quantias substanciais de dinheiro durante os períodos de bloqueios. Basicamente, sem poder sair de casa, as famílias gastaram menos.

Além disso, os estímulos governamentais em 2020/2021 por quase todos os países, deram fôlego para uma sobrevivência ao efeito Covid na economia; o que inclusive evitou uma recessão severa nos meses seguintes aos bloqueios.

Contudo, o rápido aumento nas taxas de juros, como remédio paliativo as altas taxas de inflação globais, estão rapidamente dizimando essa reserva de poupança.

Pra onde foi o dinheiro?

As estimativas do Federal Reserve (FED) sugerem que o excesso de poupança nos EUA despencou para a ordem de US$ 500 bilhões, frente aos aproximadamente US$ 2,1 trilhões registrados em agosto de 2021.

O próprio FED conclui que o excesso de poupança foi consumido rapidamente e muito mais intenso que o previsto.

Na Europa, também se viu uma redução no excesso de poupança, as famílias britânicas retiram dinheiro de suas economias a um ritmo recorde em maio, observa-se que a Europa pode estar um pouco atrasada em relação aos EUA, mas suspeita-se que a mesma dinâmica de contenção de gastos discricionários esteja presente.

A redução no excesso de poupança pode não causar uma recessão, especialmente com os mercados de trabalho em situação apertada.

Mas, “pelo menos”, uma desaceleração nos gastos pode resultar em uma típica espiral econômica de queda nos investimentos empresariais e aumento do desemprego.

O consumo doméstico desempenha um papel crucial nas economias da Grã-Bretanha, Estados Unidos e zona do euro. Portanto, qualquer declínio nesse aspecto pode tornar essas economias extremamente difíceis em um curto período de tempo.

Como proteger o seu dinheiro no Brasil

Trazendo o tema para terras tupiniquins, o impacto em si, da redução de poupança dos brasileiros, tem o seu efeito negativo para nossa economia.

O padrão dos países emergentes é mais na direção de não acumular poupança em recessões, talvez porque os consumidores tenham condições financeiras bem mais apertadas do que no caso do mundo avançado.

A economia brasileira poderia ser impactada com a diminuição das nossas exportações, que são basicamente para “alimentar” o consumo das famílias europeias e americanas, mesmo que seja passando pela China, para manufaturas os produtos, pode afetar negativamente nossa economia em cheio, o que inclusive seria um dos maiores riscos atuais para economia brasileira.

O escoamento da poupança tem sido ponto importante nas análises sobre o futuro econômico, especialmente em relação ao comportamento dos consumidores.

A diminuição das economias do consumidor (poupança) pode influenciar as decisões dos bancos centrais e a estabilidade.

Oportunidade em renda fixa

Nesse contexto, alguns tubarões do mercado (investidores experientes) têm optado por títulos de governo americano de prazo mais longo para mitigar riscos de uma possível recessão.

O contexto econômico complexo, aponta para a importância de uma abordagem cautelosa, como sempre, na estratégica dos investimentos.

Os investidores devem considerar a volatilidade dos mercados e a possibilidade de uma desaceleração econômica americana.

A busca por títulos do governo como proteção contra inscrições é uma tendência relevante, enquanto os riscos associados a setores específicos, como o de consumo de países desenvolvidos, devem ter avaliação cuidadosa.

O panorama econômico atual exige análises identificadas e flexíveis para se adaptar a um ambiente em constante mudança.

A atenção aos sinais do mercado e a diversificação de investimentos são elementos-chave para enfrentar os desafios financeiros que se apresentam no horizonte.

E sabe o que muda para os seus investimentos dados as informações da diminuição não prevista do excesso de poupança, basicamente nada, continue fazendo aportes dentro do seu perfil de investidor, respeitando sua necessidade de liquidez e não sendo muito entusiasta dos riscos descomedido e precipitado.

Investimentos como já escrito anteriormente aqui nessa coluna semanal, deve ser tratado, ou pelo menos é a visão de quem escreve, de maneira neutra e persistente, ciente dos riscos e com a ajuda de um profissional.

Assessor de investimentos e sócio sênior da IHUB Investimentos. Possui mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro; atuou nos maiores bancos privados do país. Atualmente, é assessor e sócio sênior na IHUB Investimentos, sendo responsável por uma carteira superior a R$ 140 milhões. Sempre traduzindo conhecimento técnico e "difícil" do mercado para facilitar a vida do investidor.
Assessor de investimentos e sócio sênior da IHUB Investimentos. Possui mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro; atuou nos maiores bancos privados do país. Atualmente, é assessor e sócio sênior na IHUB Investimentos, sendo responsável por uma carteira superior a R$ 140 milhões. Sempre traduzindo conhecimento técnico e "difícil" do mercado para facilitar a vida do investidor.
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