Internacional

Conflito China-Índia pode afetar pactos em cadeia de suprimentos

18 jun 2020, 16:38 - atualizado em 18 jun 2020, 16:38
índia
Enquanto a Índia, em comunicado divulgado na terça-feira, disse que continua comprometida com a paz na fronteira com a China, uma escalada pode criar problemas para empresas (Imagem: Pixabay)

O primeiro confronto com vítimas mortais entre tropas da Índia e da China em mais de quatro décadas traz outra camada de incerteza para empresas que já sofrem com a pandemia de coronavírus nos dois lados da fronteira.

Os confrontos que deixaram 20 soldados indianos mortos, além de um número desconhecido de vítimas chinesas, vieram após sete semanas de impasse militar entre as duas potências nucleares.

Enquanto a Índia, em comunicado divulgado na terça-feira, disse que continua comprometida com a paz na fronteira com a China, uma escalada pode criar problemas para empresas como Alibaba, Xiaomi e Tata Motors, que possuem clientes – e investidores – em duas das maiores economias do mundo.

“Uma gama de empresas que importam peças ou capital da China terá que encontrar fontes alternativas rapidamente se as tensões aumentarem”, disse Aneesh Srivastava, diretor de investimentos da Star Health and Allied Insurance. “Fabricantes de produtos de linha branca, malas, componentes automotivos e algumas das empresas de comércio eletrônico talvez precisem reformular a estratégia de negócios.”

Muitas empresas indianas que dependem de matérias-primas da China sentiram forte impacto na fase inicial do surto, que fechou fornecedores de todos tipos de peças industriais.

Outra crise na cadeia de suprimentos pode adiar ainda mais a recuperação da economia da Índia, que deve encolher pela primeira vez neste ano em mais de quatro décadas.

Por enquanto, as ações e moeda da Índia estão resistindo, já que os gigantes asiáticos têm um histórico de confrontos. Os dois países travaram uma guerra em 1962 sobre seus 3.488 quilômetros de fronteira não demarcada. O desafio agora é desescalar, pois o alcance dos conflitos anteriores “foi muito pequena”, de acordo com Dai Ming, gestor de ativos da Hengsheng Asset Management, em Xangai.

“Não acho que as tensões afetarão investimentos de empresas chinesas ou negócios na Índia ainda”, disse.

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