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Construtoras vibram com queda da Selic; Tenda (TEND3) dispara após 2T23 ‘decente’

03 ago 2023, 13:28 - atualizado em 03 ago 2023, 13:29
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Ações de construtoras sobem majoritariamente após a decisão do BC de cortar a Selic e números da Tenda agradam (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

Construtoras e incorporadoras estão em polvorosa com a tão esperada da decisão do Banco Central (BC) brasileiro de cortar a taxa básica de juros (Selic) após três anos. Com isso, as ações dessas empresas avançam na Bolsa brasileira no pregão desta quinta-feira (03).

Os destaques ficam com a disparada de 12% da Tenda (TEND3), após a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre, e com o avanço de 4% da Eztec (EZTC3) e Cyrela (CYRE3), tendo uma das maiores altas do índice Ibovespa.

Tenda: Balanço ‘decente’ e ajuste em preço-alvo

As ações da Tenda pegaram o elevador e, pouco depois da abertura dos negócios na B3, entrarem em leilão. Investidores parecem ter gostado dos resultados da construtora do segmento de baixa renda, no qual apresentou redução do prejuízo líquido e geração de caixa recorde de abril a junho.

Para o head de real estate da XP, Ygor Altero, os números foram neutros, porém, “encorajadores em termos de geração de caixa e alavancagem financeira”. Segundo ele, o ponto negativo foi o prejuízo líquido consolidado de R$ 11,8 milhões, engatando o sétimo trimestre seguido de perdas.

Entretanto, Altero diz que o resultado ficou 53% acima das estimativas da XP, sendo melhor do que o esperado. “Mas ainda está em níveis mais fracos devido ao processo de recuperação da rentabilidade, que continua melhorando”, comenta.

O profissional da XP destaca a geração de caixa no período, já que reduziu a alavancagem financeira. “O que alivia o cenário da Tenda em relação à mudança significativa nos níveis de covenant [termos de garantia em contratos de financiamento de grandes valores] no primeiro trimestre de 2024, de 75% para 50%”, observa.

Os resultados, vistos como “ligeiramente positivos” pelo Itaú BBA, fez a casa elevar o preço-alvo para os papéis Tenda, subindo de R$ 8 para R$ 9 ao fim deste ano. Enquanto a recomendação segue neutra (market perform).

Por sua vez, a equipe do BTG Pactual avalia que, considerando tudo, a construtora mineira apresentou “resultados decentes” no segundo trimestre, exibindo recuperação e geração de caixa consistente.

“A empresa parece estar no caminho certo para recuperar ainda mais a margem bruta. Mudanças recentes no programa Minha Casa, Minha Vida são altamente favoráveis para da Tenda, que está indo muito bem em sua recuperação”, ressalta a equipe de real estate do banco.

Com a arrancada das ações hoje, as ações da Tenda têm valorização de 220% em 2023.

Construtoras avançam após primeiro corte da Selic

Um dos setores que mais vibram com juros baixos é o da construção civil. Sendo assim, as ações avançam majoritariamente entre as empresas listadas na B3. Atrás da arrancada da Tenda, Cyrela e Eztec lideravam as altas por volta das 13h.

Representante do setor, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) declarou que o corte da Selic é “essencial” para a incorporação imobiliária e construção civil, uma vez que os financiamentos habitacionais de imóveis de médio e alto padrão são os mais impactados pela queda de juros.

Setor quer mais quedas de juros

Contudo, a Abrainc espera que “esse seja um movimento continuo de redução e que a Selic possa se estabilizar em um patamar baixo de forma sustentável no longo prazo”, disse o presidente Luiz França.

No entanto, apesar da ansiedade do setor, o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou que vem mais cortes por aí. O economista e consultor André Perfeito projeta que a taxa básica de juros encerre 2023 a 11,75%.

“A perspectiva é de que as próximas três reuniões do ano terão cortes em igual magnitude da decisão de ontem [de 0,50 p.p.]”, acrescenta.

Ativo nas redes sociais, o presidente do conselho de administração da MRV (MRVE3), Rubens Menin, comentou em uma postagem no Twitter que “a política monetária se tornou restritiva demais por um período muito longo, e o corte é moderado quando consideramos o cenário atual”. Além disso, antes da decisão, Menin publicou um vídeo no qual esperava corte de 0,50 p.p. dizendo que “era o mínimo que precisava”.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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