Copasa (CSMG3): UBS BB eleva preço-alvo com privatização no radar
O UBS BB manteve a recomendação neutra para a Copasa (CSMG3), de olho na privatização da companhia, e elevou o preço-alvo das ações para o final de 2026 de R$ 36 para R$ 48, o que representa um potencial de valorização de 9%.
Segundo o banco, o foco do debate sobre investimentos na companhia mudou de “se será privatizada” para “quão atrativa e geradora de valor essa privatização pode ser”. Com isso, os analistas alteraram a metodologia de valuation. Antes, era usado o EV/EBITDA, que relaciona o valor da companhia ao lucro operacional projetado. Agora, foi adotado o EV/RAB, que considera o valor dos ativos regulados da empresa — ou seja, leva em conta o quanto a Copasa investiu em infraestrutura e como esses investimentos são remunerados pela regulação do setor de saneamento.
No cenário em que a empresa permanece estatal, o modelo indica que o valor justo da ação seria de R$ 32. Já se a empresa for privatizada, o valor projetado sobe para R$ 64 por ação, assumindo que a companhia continue a se beneficiar de incentivos fiscais ligados ao pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) e das regras de retorno estabelecidas pela regulação do setor.
Para o UBS, o principal potencial da Copasa está na opcionalidade. Com a PEC 24/23, que removeu o obstáculo do referendo, o projeto de lei já passou pelas comissões e pela primeira votação, e deve ser analisado em segunda e última rodada nesta quarta-feira (17). A empresa, que hoje atua de forma defensiva como estatal, pode passar a ser vista como uma ação passível de reavaliação estrutural, caso Minas Gerais avance em governança, clareza regulatória e desenho contratual.
“Nossas projeções continuam a modelar a Copasa como estatal, mas em um cenário de privatização — tomando como referência a recente experiência da Sabesp — simulamos uma estrutura corporativa com propriedade dispersa, maior disciplina de mercado e um framework regulatório baseado na remuneração por ativos”, destacam os analistas do UBS.
No cenário de privatização, a Copasa deve aumentar os investimentos em infraestrutura para expandir seus ativos regulados, compartilhar de forma gradual os ganhos de eficiência com os clientes e continuar aproveitando os benefícios fiscais do JCP.
Já se a empresa permanecer estatal, os investimentos seriam mais limitados, a eficiência menor e os incentivos financeiros mais fracos, o que restringiria o potencial de valorização das ações.
“A reavaliação da Copasa dependerá da percepção sobre a qualidade da regulação e da governança, da redução do prêmio de risco político e da elevação dos padrões institucionais”, concluem os analistas.