Copel (CPLE6) aprova início de transição para Novo Mercado e movimento agrada analistas

O conselho de administração da Copel (CPLE6) aprovou o início do processo de migração da companhia para o chamado “Novo Mercado” da B3, o segmento que agrupa as empresas com práticas de governança corporativa mais elevada.
Segundo o documento, divulgado ao mercado na segunda-feira (23), ocorrerá a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para 4 de agosto, a fim de deliberar a decisão.
Entre os termos propostos, está a criação de uma nova classe de ações preferenciais compulsoriamente resgatáveis, a PNC.
Também há previsão para conversão obrigatória da totalidade de ações preferenciais classes A e B em ações ordinárias e preferenciais classe C (PNC), na proporção de 1 ordinária e 1 PNC para cada ação preferencial classe A ou B, resultando em uma operação sem diluição dos acionistas.
Com a aprovação, ocorrerá a conversão de ações preferenciais em ordinárias, com pagamento de R$ 0,7749 por ação preferencial em forma de ação resgatável, representando prêmio de 6,7% sobre o fechamento, destacam analistas do BTG Pactual.
- VEJA TAMBÉM: As análises e recomendações de especialistas para investir após a reunião do Copom de junho
Movimento da Copel é positivo?
O BTG coloca que a proposta representa um meio-termo esperado, dado que o estatuto previa direito a 10% a mais em dividendos.
“Consideramos a proposta como positiva, pois melhora a governança e liquidez, sem diluição e mantendo a política de dividendos mínima de 75% do lucro. O custo de R$ 1,3 bilhão é visto como bom uso de capital”, dizem os analistas do banco.
A aprovação em assembleia envolve aprovação dos detentores de ações preferenciais e debenturistas. A BNDESPAR detém 31% da classe preferencial.
A conclusão da migração deve ocorrer no quarto trimestre de 2025, destaca o BTG, tendo em vista a expectativa da administração.
“Com a migração para o Novo Mercado, a companhia estará no mais alto nível de governança da B3, poderá aumentar a liquidez de suas ações por meio da unificação das classes e espécies dos papéis e expandir sua base de investidores”, diz a Copel em comunicado.
Após todo o processo, o capital social da Copel será representado exclusivamente por ações ordinárias e por uma “golden share” preferencial, de titularidade do Estado do Paraná. Esse mecanismo garante ao governo um nível de influência sobre as decisões estratégicas da companhia.
*Com Estadão Conteúdo