Economia

Copom e Fed: Descolamento do Ibovespa em relação aos EUA é ‘o mercado descartando Bolsonaro’, diz Zeina

16 mar 2022, 15:34 - atualizado em 16 mar 2022, 15:34
Dólar
Ibovespa descolado dos EUA acontece por ‘”jogo político” (Roman Samokhin | Dreamstime.com)

Acontece nesta quarta-feira (16), a divulgação das taxas de juros do Brasil e dos Estados Unidos, anunciada pelo Banco Central (BC) e pelo Federal Reserve (FED), respectivamente.

A expectativa é a de que o Copom anuncie uma alta no juros, bem como o Fed, que aumentou a taxa em 0,25 pontos percentuais.

Apesar de as decisões norte-americanas sempre respingarem de alguma forma na economia brasileira, o que tem sido visto nos últimos meses é que o Ibovespa não acompanha as mudanças do Fed da mesma forma que outrora.

Isso porque, segundo um relatório do Bank of America (BofA), “os países e setores de commodities tendem a se sair bem no primeiro ano de alta do Fed”, com os mercados de ações de lugares como a Índia, a Rússia, a África, o Chile e, é claro, o Brasil “continuando a ter um bom desempenho em momentos de altas nos juros norte-americanos”.

Para Zeina Latif, ex-economista-chefe da XP Investimentos e atual consultora da Gibraltar, o descolamento do Ibovespa e do Fed acontece também por conta de uma mudança de visão do mercado em relação ao governo Jair Bolsonaro (PL) e como uma reação ao ano eleitoral.

Segundo ela, a possibilidade de uma eventual reeleição de Bolsonaro sem a certeza de Paulo Guedes como ministro da Economia, preocupa — o que faz com que o mercado “dê o benefício da dúvida ao candidato Luis Inácio Lula da Silva (PT)”.

“Já observávamos um descolamento do dólar, da Bolsa, em relação a outros mercados emergentes. Não foi algo exclusivo do Brasil, mas aqui é mais forte, por conta das eleições. É o mercado descartando Bolsonaro”, afirma.

“A fraqueza [de Bolsonaro] nas pesquisas acabou gerando uma percepção de dar o benefício da dúvida ao Lula. É o jogo eleitoral”, diz.

Mas, para a economista, a visão do mercado sobre Lula pode ser um tanto quanto ingênua.

“O Lula agora tem um discurso mais político, mas ali na frente vai falar da economia, e falar que teria a experiência de fazer o mesmo que fez para a economia que fez durante seu primeiro mandato, mas hoje a situação é muito pior do que a daquela época”, explica.

Latif afirma que “hoje seria preciso fazer um esforço fiscal para estabilizar a dívida fiscal” e que “os esforços feitos no começo dos anos 2000 podem não ser suficientes hoje”.

Agora, resta esperar o que vai acontecer com a Selic.

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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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