Market Makers

Corte de juros nos EUA só vem depois que o S&P cair, diz Pedro Cerize

16 fev 2024, 19:18 - atualizado em 16 fev 2024, 19:18
Alexandre Schwartsman (canto direito superior) e Pedro Cerize (canto direito inferior) foram entrevistados no programa Market Makers, pelos apresentadores Thiago Salomão (esq. inferior) e Josué Guedes (esq. superior) (Imagem: Reprodução/Market Makers)

O esperado corte da taxa de juros pelo Federal Reserve deverá vir depois de uma queda da bolsa americana, que irá detectar a fraqueza econômica diante de algum sinal do mercado. Ao menos, essa é a visão de Pedro Cerize, gestor e sócio fundador da Skopos Investimentos.

“Seis meses depois que o juro cai pela primeira vez, é quando se faz a mínima do S&P, não antes”, diz o gestor sobre a bolsa americana. As declarações foram dadas no programa Market Makers, que foi ao ar nesta quinta (15). O economista Alexandre Schwartsman também participou do episódio.

Cerize afirma que o mercado precificou seis cortes em 2024 a partir de dados de inflação mais baixas em outubro, com base no dot plot do Fed (representação gráfica que exibe as projeções de taxa de juros dos membros do Federal Open Market Committee), que apresentava uma estimativa de três cortes neste ano.

“Acho que é mais ou menos aquele FOMO [Fear of Missing Out]. Ninguém quer estar de fora no dia de corte, então houve um rali de duas das principais classes de ativos, e aí começou uma projeção para o corte em março”, relembra Cerize.

No entanto, ele afirma que, ao olhar objetivamente para a economia americana, “não há nenhum indicativo de que o Fed está pronto para cortar a taxa de juros”. Ele cita o PIB do país crescendo a mais 4%; crescimento das despesas no país, o core inflation de 4%, mais o que considera o “pleno emprego” no país, com as taxas de desemprego a 3,7%.

“E o mercado acaba não ajudando o Fed”, diz, sobre os estímulos gerados pelos agentes ao projetar uma queda. “O mercado já precifica a queda na curva de juros, o que derruba preço de hipoteca e preço de empréstimos; faz o mercado de ações subir, cria o efeito riqueza e aí a economia não desacelera”, afirma.

“E daí vem os números piores na inflação, caso do último CPI [Consumer Price Index, um dos indicadores da inflação americana, que veio acima do esperado], e isso roda para a frente. Março… Junho… Julho. Eu acho que é agosto… A gosto de Deus”, afirma o gestor.

“Podemos ficar muito tempo com esse juros, porque de fato não parece que o juros é restritivo o suficiente.”

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
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