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Cosan: vale a pena apostar na dona dos postos Shell?

10 mar 2021, 20:07 - atualizado em 10 mar 2021, 21:40

A Cosan (CSAN3) reúne um pacote único de notícias que deve gerar bons retornos, aponta o analista da Empiricus, Felipe Miranda.

Para ele, a companhia, que controla empresas como Rumo (RAIL3) e Raízen, tem capacidade única de alocar capital, ou seja, de fazer boas escolhas.

“Você vai ter o IPO da Compass, momento bom do açúcar e álcool, abertura econômica e IPO da Raízen no primeiro semestre. Cosan é a ação que deve ter mais peso na sua carteira”, afirma.

Somado a isso, há o time de executivos da companhia, composto pelos diretores Rubens Ometto, Marcelo Martins e o CEO Luiz Henrique, “as melhores pessoas para tocar grupos empresariais”, afirma.

Momento único

De acordo com Miranda, a Cosan vive um momento especial desde a reorganização societária por qual passou.

Ele aponta que com a deslistagem das holdings CZZ, que controlava a própria Cosan, e a RLog, que tinha participação na Rumo, houve uma elevação da liquidez. Quem possuía uma dessas ações ganhou em troca os papéis da Cosan.

“É um novo passo da Cosan como um único veículo listado e com mais liquidez, com melhora de governança, simplificação da estrutura e mais peso nos índices”, diz.

Segundo o especialista, esse ganho de liquidez pode fazer com que a empresa dê as caras no próximo rebalanceamento do Ibovespa.

O analista também lembrou da aquisição da Biosev. O negócio envolveu o pagamento de R$ 3,6 bilhões e mais um montante em ações. (Imagem: Site da Biosev)

Novos IPOs

Se por um lado a Cosan fechou o capital das holdings por outro ela vai listar as suas empresas operacionais.

A mais aguardada delas é a da Raízen, uma joint venture com a Shell no setor de açúcar, álcool e etanol. A commoditie vive um boom, com os preços batendo recordes.

“Eles são a referência em etanol de segunda geração. A gasolina da Shell possui o maior nível de etanol do mundo. Esse é um diferencial em um momento ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa). Nesse IPO da Raízen, o mercado vai perceber que a Raízen vale muito mais do que o mercado atribui nas ações da Cosan”, argumenta.

O analista também lembrou a aquisição da Biosev. O negócio envolveu o pagamento de R$ 3,6 bilhões e mais um montante em ações.

“A Cosan fez uma aquisição super barata, praticamente de graça. Só a sinergia entre Raízen, Rumo e com as traders de açúcar e álcool paga a Biosev”, diz.

Em entrevista para o próprio Felipe Miranda, o diretor Marcelo Martins falou sobre o perfil de aquisições da empresa.

“A gente sempre analisa aquisições. Nos somos aquisitivos, temos como característica buscar a expansão do portfólio, tanto no nível operacional quanto da Cosan.S.A. A gente tem competência para gerar muito caixa, permitindo o financiamento desses negócios”, afirma.

Miranda destacou ainda os postos Shell, que vem avançando na participação de mercado dos postos Ipiranga. Além disso, a rede deverá ser amplamente beneficiada pela reabertura econômica.

Sobre o IPO da Compass, ele prevê que ocorra no segundo semestre, “talvez com preços maiores que tentaram fazer no passado”.

Rumo é um caso à parte

Para o analista, a Rumo, que possui linhas ferroviárias ligando a região Centro-Oeste aos portos, escoando parte da produção do agronegócio brasileiro, possui uma “operação fantástica”, que deve ser melhorada ainda mais com o marco das ferrovias.

“Depois de ela ter um excelente período, desde os últimos aumentos de capital até o ano de 2019, a Rumo voou. As ações chegaram a estar menos de R$ 2 e foram para perto de R$ 25”.

Apesar disso, ele pontua que a Cosan errou a precificação no Mato Grosso. Os preços subiram e a competição com os caminhoneiros fez com que os volumes caíssem.

Porém, ele lembra que a empresa já percebeu a falha e empurrou os preços para baixo. “Rumo vai recuperar bastante volume para este ano, uma recuperação importante”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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