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CRA tem mudança de perfil e investidor sai ganhando mais na renda fixa

21 ago 2022, 11:00 - atualizado em 22 ago 2022, 14:25
CRA
CRA abre a porteira para investidor de renda fixa aproveitar alta da taxa Selic com mudança de perfil das empresas que emitem dívida. (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

O CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) ganhou espaço nos últimos anos na carteira de quem investe em renda fixa por conta da sua isenção de imposto de renda. Agora, o investidor ainda têm mais motivos para considerar emprestar dinheiro para companhias do agronegócio.

Com a taxa Selic em patamar elevado a 13,75% ao ano, o perfil de empresas do agronegócio brasileiro que procuram levantar dinheiro no mercado de capitais emitindo CRAs mudou em 2022, de acordo com a Nexgen Capital, sediada em Goiás.

A boutique de investimentos que aproxima o produtor do campo à Faria Lima notou uma guinada, especialmente, no perfil das emissões de CRA a partir do primeiro trimestre pra cá.

Até março, nas emissões capitaneadas pela Nexgen, que inclui as regiões de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Mapitoba, se concentraram em médias empresas, com faturamento entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões.

“Agora, por conta da alta na taxa de juros, são as grandes companhias, as com faturamento anual de a partir de R$ 1 bilhão, que estão buscando alternativas de financiamento no mercado de capitais”, afirma Lucas Oliveira, sócio e co-fundador da Nexgen Capital.

Agro na Faria Lima

Tradicionalmente, são as empresas de grande porte que se beneficiam das linhas de crédito subsidiadas de bancos públicos e privados, mas as emissões de CRA, por exemplo, trazem facilidades, como o fato de o dinheiro não ser “carimbado”.

A companhia agrícola pode gerir com mais liberdade o dinheiro captado junto a investidores através do produto de renda fixa. Existem no mercado taxas de rendimento que podem variar de IPCA + 7% ao ano e títulos pós-fixados pagando até CDI + 2% ao ano.

Ter uma empresa do agronegócio de mais capilaridade como credora é mais uma segurança para o investidor, aponta o sócio da Nexgen.

“CRAs possuem custos maiores, e para muitas das médias empresas, a depender do apetite por taxas do investidor e com a escalada da Selic, não está compensando muito no momento. Mas é interessante para as empresas trocarem dívidas de vencimento curto por prazos mais longos”, explica Oliveira.

Demanda

Em 2022, a Nexgen realizou até o momento R$ 800 milhões em emissão de CRA, referente a quatro operações.

Somente no mês de julho, o mercado de capitais teve três robustas emissões de CRAs, sendo elas:

  • Caramuru Alimentos, com volume emitido de R$ 700 milhões;
  • Adubos Araguaia, com volume emitido de R$ 500 milhões; e
  • São Salvador Alimentos, com volume emitido de R$ 250 milhões.

A boutique de investimentos tem mandatado para 2023, até o momento, sete operações que somam uma demanda de R$ 1,2 bilhão.

Geralmente, cada cota de CRA disponível para investimento nas corretoras necessita aporte mínimo de R$ 1.000 e tem duration em média de cinco anos.

A liquidez do investimento ainda é muito limitada, forçando carregar o CRA até o vencimento.

No entanto, o mercado secundário tem se desenvolvido, além do investidor ter a alternativa de aplicar em CRAs por meio da aquisição de cotas em Fiagros.

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Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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