Energia Eólica

Cresce ameaça do coronavírus ao setor de energia eólica

31 mar 2020, 12:48 - atualizado em 31 mar 2020, 12:48
Embora os dados mostrem a resiliência do setor eólico, nenhum negócio pode operar com normalidade se os funcionários não puderem desempenhar suas funções (Imagem: REUTERS/Andres Stapff)

O que deveria ser um ano que de longe ultrapassaria o recorde anterior de instalações no setor de energia eólica provavelmente terá um avanço mais modesto.

Incorporadoras devem aumentar a capacidade em 9% neste ano, para 66.422 megawatts, segundo a BloombergNEF. A previsão anterior do braço de pesquisa da Bloomberg era de expansão de 24%.

Os números se somam à série de cortes de previsões de crescimento para o setor de energia renovável, já que a propagação do coronavírus abala cadeias de suprimentos e planos de investimento em vários países.

Embora os dados também mostrem a resiliência do setor eólico, cuja receita é atrelada a contratos de compra de energia que não oscilam como o preço dos combustíveis fósseis, nenhum negócio pode operar com normalidade se os funcionários não puderem desempenhar suas funções com segurança.

A crise de saúde na Europa e nos EUA pode ser uma notícia particularmente ruim para a indústria eólica. Enquanto painéis solares podem ser fabricados de forma barata na China e exportados, as gigantes turbinas eólicas geralmente são fabricadas em regiões mais próximas de onde estão instaladas.

“Muitas das questões são sobre pessoas, não matérias-primas”, disse Oliver Metcalfe, analista de energia eólica da BNEF.

Na Europa, onde a BNEF cortou a previsão para 2020 em 4,2 gigawatts, já havia 12 fornecedores de componentes e máquinas do setor com a produção parada por causa do vírus.

Em alguns casos, funcionários se recusaram a trabalhar por medo de contágio. Também houve casos de fábricas fechadas por precaução ou porque um trabalhador ficou doente.

Nem tudo são más notícias. A energia eólica offshore, cujo desempenho este ano deveria ser relativamente fraco, será muito menos atingida pelo vírus em comparação com as instalações em terra.

A maior incorporadora de parques eólicos offshore do mundo, a dinamarquesa Orsted, disse na semana passada que mantém as estimativas e avalia investimentos de US$ 13 bilhões em Taiwan.

Ainda assim, existem sinais de problemas para a energia éolica offshore. Algumas incorporadoras no Reino Unido avaliam se devem acionar cláusulas de força maior nos contratos para vender energia a preços garantidos pelo governo. Isso poderia atrasar as conclusões de projetos, afetando potencialmente as metas do governo de expandir a energia renovável.

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