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Cripto: dez pessoas para prestar atenção em 2020

22 dez 2019, 17:00 - atualizado em 26 maio 2020, 10:30
A próxima década vai iniciar e aqui vão algumas dicas de quais “criptopersonalidades” você precisa acompanhar (Imagem: Bitcoinist)

Se você é a média entre seus cinco melhores amigos, então cripto é a média — e espectro completo — dessas dez pessoas a se prestar atenção em 2020.

Haverá, inevitavelmente, inúmeras listas de “quem é quem” que circula nessa época, mas eu tentei reunir personalidades “vanguardistas” e únicas que fazem parte de uma tendência ou narrativa a acompanhar na próxima década.

Para referência, minha lista de 2019 era ótima! CZ da Binance, Zooko da Zcash e Rune da MakerDAO voltam para essa lista, dado o fantástico ritmo que suas equipes continuaram impulsionando inovações das corretoras, tecnologia das stablecoins e privacidade.

Outros saíram da lista anterior. Vitalik é, obviamente, alguém que deve ser acompanhado, por ser o fundador e o centro espiritual da EthereumPorém, acredito que a Ethereum vai prosperar mesmo se ele, de forma inevitável, dar um passo atrás nos anos seguintes.

Dois exemplos são Elizabeth Stark, da Ditto, e a equipe da Lightning Labs. Lightning está demorando mais no desenvolvimento do que eu esperava, mas eu continuo otimista sobre seu potencial, e agora existem inúmeros times capazes de construir essa infraestrutura.

Cosmos e Polkadot são dois dos principais protocolos que vão concorrer por desenvolvedores de contratos inteligentes além da Ethereum. Agora, cosmos está entre os 20 principais criptoativos. Polkadot vai ser lançada daqui uns meses.

Outros da antiga lista tiveram anos menos agitados, apesar de todos ainda serem importantes no ecossistema como um todo.

Mas chega dos antigos. Vamos ver quem são os novos.

CZ é fundador e CEO da Binance, a maior corretora de criptoativos atualmente (Imagem: Forkast News/Youtube)

1. Changpeng Zhao

CZ, fundador e CEO da Binance se tornou uma lenda, tanto nos círculos cripto do Oriente como os do Ocidente, o que talvez o ponha em um nível inigualável.

Sua corretora tomou a liderança global no comércio varejista de cripto em menos de dois após seu lançamento em 2017. O token BNB da empresa agora é o sétimo maior em valor de mercado, além de ser um dos mais úteis e líquidos.

A equipe da Binance apresentou novos recursos continuamente (plataforma de lançamento de IEOs, negociação em margem, serviços de staking, setor de pesquisa etc.), e CZ construiu um exército de missionários dispostos a migrar quando caso necessário a fim de completar a missão.

Ele é o homem mais interessante no universo cripto agora porque ele se provou tão adepto a navegar o fio da navalha do cumprimento de regras e do crescimento do iminentes e perigosos riscos.

Se esse contexto continuar sustentável, ou sumir na próxima década, depende do envolvimento regulatório bem-sucedido da empresa em uma base de jurisdição para jurisdição.

Confira a nossa entrevista exclusiva com o CEO da Binance.

Jack Dorsey fundou o microblog Twitter em 2006 e a empresa de pagamentos Square em 2009 (Imagem: Bloomberg/Andrew Harrer)

2. Jack Dorsey

Jack Dorsey, fundador e CEO do Twitter e da Square está bem no meio da interseção da comunidade cripto e dos mercados varejistas em massa.

CryptoTwitter tomou as rédeas do Reddit e do BitcoinTalk como a plataforma de comunicação dominante da indústria (pelo menos no Ocidente).

Ao mesmo tempo, Dorsey apoiou Lightning Labs e lançou um setor de cripto na Square que agora financia desenvolvimento de núcleos de bitcoin (entre outras coisas).

Agora, o Cash App da Square é uma das principais on-ramps de varejo nos EUA, totalizando US$ 150 milhões de aquisições de bitcoin no terceiro trimestre, ou 8,6% dos total de bitcoins minados durante essa época (e aumentando).

Se alguém está mais disposto a levar o bitcoin para mercados emergentes fora de uma cotação vazia, talvez seja o enigmático Dorsey: “O continente africano vai definir o futuro (especialmente o do bitcoin!). Ainda não sei quando, mas eu quero viver aqui de três a seis meses no ano que vem”.

Dorsey estava na minha lista entre os dez mais influentes antes desse grande anúncio há alguns dias, de que o Twitter iria apoiar “uma pequena equipe de cinco arquitetos, engenheiros e designers de código aberto para desenvolver um padrão aberto e descentralizado para as redes sociais”.

Basicamente, o objetivo do Twitter é ser um cliente do novo padrãoBlueSky”. Uau.

Morgan Beller é uma das criadoras do projeto Libra, a criptomoeda do Facebook (Imagem: ImaginingtheInternet/Youtube)

3. Morgan Beller

Eu conheci a Beller pela primeira vez no início de 2018 enquanto a equipe do Facebook estava se unindo (quietamente) pela primeira vez. Ela mantém um perfil discreto (na medida do possível, por conta da posição dela), mas sua influência interna no Facebook/Libra é amplamente conhecida na indústria.

Ela é uma das cocriadoras da Libra, junto com David Marcus (antigo CEO do PayPal) e Kevin Well (ex-chefe de produtos do Instagram e Twitter) agora é chefe de estratégia para Calibra, a carteira de Libra associada ao Facebook.

Se ela saísse do Facebook ou do projeto Libra a qualquer momento no médio prazo, seria como um canário numa mina de carvão: algo estaria muito errado. Apesar disso, eu não sei quantos na indústria estão apostando contra Morgan e sua equipe.

Meltem é diretora de estratégia da CoinShares e é uma figura amplamente conhecida no universo cripto (Imagem: Meltem Demirors)

4. Meltem DeMirors

Eu gosto bastante dela porque trabalhei com DeMirors por três anos da Digital Currency Group e ela é uma investidora da Messari.

De qualquer forma, você teria trabalho em me convencer que existe alguém mais bem-conectada, respeitada, produtiva em múltiplos produtos e comunidades do que DeMirors.

Como CSO (diretora de estratégia) na CoinShares, gestora de investimentos em cripto de US$ 500 milhões, ela está em todo lugar: podcast (What Grinds My Gears), newsletter semanal (Meltem’s Musings), análise do estado da indústria bem parecida com a da investidora Mary Meeker (CoinShares Crypto Trends).

Mas o destaque de 2019 foi seu recente testemunho congressional, em que ela teve “shitcoin” acrescentado ao registro congressional.

O controverso congressista norte-americano Brad Sherman é um dos maiores inimigos da adesão aos criptoativos (Imagem: AP Photo/J. Scott Applewhite)

5. Brad Sherman

Falando em congresso, o representante Sherman é o maior e mais formidável inimigo de cripto no Congresso.

O congressista, com 20 anos de carreira, subiu de cargo: presidente do Comitê de Serviços Financeiros, que controla a SEC e seus órgãos autorregulatórios como FINRA em dezembro. Ele é um crítico inteligente e sincero de cripto no Congresso, de uma forma meio “vamos acabar com tudo isso”.

O que o torna perigoso (eu venho falando disso há meses) é que ele entende a ameaça intrínseca do bitcoin e do “CriptoPatriota”: criar um ativo de reserva digital resistente à apreensão.

E ele demonstrou uma disposição em usar as narrativas mais danosas (“cripto é para fraude, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos”) para atrair colegas para a causa dele.

A Coin Center (centro de pesquisa e defesa sem fins lucrativos com foco em questões de políticas públicas relacionadas a criptoativos) vai ter muito trabalho com ele em 2020.

Klein é uma figura conhecida pois é o “criptoadvogado” mais influente da indústria (Imagem: Baker Marquart)

6. Brian Klein

Eu conheço Klein há tempos, desde que entrei para essa indústria, apesar de estar mais feliz que nunca trabalhamos juntos.

Ele é parceiro da Baker Marquart, onde foi considerado um dos cinco principais advogados de tecnologia financeira dos EUA este ano pela Law360.

Grande parte é por conta dos clientes “maiorais” que ele representou ao longo dos anos: Jesse Powell, da Kraken; Erik Voorhees, da ShapeShift; Charlie Shrem em sua disputa com os irmãos Winklevoss; os Breitmans, quando se defenderam de diversas queixas na Tezos; e o caso mais recente, da Block.One, em que Klein conseguiu um resultado fascinante: uma mera penalidade civil de US$ 24 milhões para a oferta de valores mobiliários não registrados de US$ 4 bilhões da EOS em 2017.

Agora, ele vai defender o controverso Virgil Griffith, pesquisador da Ethereum Foundation, acusado pelo FBI de ajudar a Coreia do Norte a evitar sanções dos EUA.

Todos zombam do arquétipo bruto de advogado até precisarem de um. Cripto vai precisar de Klein e de outros como ele na década que se aproxima.

O dinamarquês Rune Christensen fundou a Maker Foundation em 2014 (Imagem: MakerDAO/YouTube)

7. Rune Christensen

Christensen é uma personalidade mais discreta em comparação aos outros da lista, mas a influência dele é óbvia. Fundador da MakerDAO, ele exerce influência em todo o universo das DeFi e o agrupamento de negócios e protocolos que dependem da stablecoin da Maker, dai.

Um vetor recente de ataque à Maker destacou a ameaça iminente para empresas que alavancam dai.

É provável que uma perda de mais de US$ 300 milhões de garantias trancadas no sistema ou uma falha repentina de inflação em um contrato-chave na Maker levaria à “falência” de contratos em protocolos que alavancam dai, o que seria um gigantesco retrocesso para o movimento das Finanças Abertas (leia aqui, em inglês: “Certificando-se que a Ethereum não está à beira de um segundo resgate financeiro”).

Christensen não é apenas uma figura representativa. Como chefe da Maker Foundation, que controla mais de 30% dos tokens MKR, ele tem influência significativa a médio prazo sobre a rede e já enfrentou inúmeros desafios de governança. MakerDAO deve fazer a transição para uma DAO em escala, e é ele quem vai liderar (para saber como a Maker funciona, assista ao vídeo).

Zooko Wilcox lançou a criptomoeda Zcash em 2016 (Imagem: Digital October/YouTube)

8. Zooko

Zooko, fundador do Zcash, vem impulsionando a privacidade há tempos e a comunidade cripto inteira (aqui, “cripto” é tanto para criptografia como para criptoativos) se beneficiou das iniciativas da equipe dele.

Muitos dos avanços recentes da comunidade, com a incorporação dos “zk-snarks” (argumentos de conhecimento sucinto não interativos de conhecimento-zero) em vários protocolos de código aberto fora da Zcash (como Ethereum e Tezos).

Além disso, a Electronic Coin Company (ECC) de Zooko está avançando nas batalhas regulatórias à espera de verdadeiras moedas digitais anônimas.

Aqueles que me conhecem dirão que o Zooko está na lista da Messari porque eu sou um investidor em ZEC (opa), mas a verdade é que eu invisto porque eu acredito em Zooko, e não o contrário.

Ele é um líder importante para o futuro da indústria, e o sucesso contínuo da comunidade Zcash a curto e médio prazo destaca a capacidade dele de enfrentar halving (redução pela metade) e fork (birfurcação) de sua rede em 2020.

Essa é uma das quatro equipes de cripto que eu acho que construíram uma comunidade de missionários vs. mercenários, mais por conta do apoio de um criador venerado. As outras são Bitcoin, Ethereum e Binance.

Você não pode construir uma comunidade sólida com um token que teve uma queda absurda sem uma liderança sólida. Zooko conseguiu.

Em 2017, Justin Sun fundou a TRON e, em 2018, adquiriu Bittorrent por US$ 140 milhões (Imagem: Wealthwoke/YouTube)

9. Justin Sun

Você pode fingir o quanto quiser até ser bem-sucedido em cripto, e não há um melhor marqueteiro da indústria do que Justin Sun, fundador da TRON.

Apesar das alegações de plágio, tanto no whitepaper do projeto inicial como do código-base, Sun brincou e se impôs de forma brutal em uma base de fãs global, além de outras aquisições bem-sucedidas, como o BitTorrent, a corretora Poloniex e a plataforma de conteúdo cripto SteemItTudo em apenas um ano e meio.

Isso sem contar a façanha em um almoço com o investidor Warren Buffett, cancelamento misterioso de última hora e outras controvérsias parecidas (e arquitetadas?) este ano.

A inclusão de Sun na lista é a perfeita evidência de que eu não faço ideia de como cripto ou a Ásia funcionam (perceba que esta publicação possui poucas informações sobre a Ásia porque eu não tenho familiaridade de metade do mercado como deveria ter).

Tron continua entre os 15 principais criptoativos e um dos mais líquidos por volume em muitas das principais corretoras globais. Sun foi tão eficaz que estou começando a pensar que sou maluco por ser cético. É desconcertante.

Da esquerda para a direita: Peter McCormack, Mayer Mizrachi Matalon da Crypttext e “Panama Crypto” (Imagem: Bitcoin Events/Twitter)

10. Peter McCormarck

O riptojornalismo chegou ao seu auge em 2019. Leigh Cuen, da CoinDesk, é a melhor jornalista da indústria agora, apesar de The Block ter desafiado (e provavelmente ultrapassado) a CoinDesk como uma marca editorial (Decrypt também não está nada mal).

Mas o podcaster de bitcoin Peter McCormack é um dos que realmente incorporam tudo de maravilhoso sobre a desafiadora comunidade de cidadãos jornalistas/especialistas em cripto em 2019. E eu falo isso com sinceridade, não como um insulto disfarçado de elogio.

A alavancagem de empresas de dados, pesquisas e informações de cripto foi uma das melhores coisas que o bear market (mercado de baixa) trouxe.

Mas o destaque foi a explosão de podcasts, liderada por McCormack (e, é claro, “Pomp”, Anthony Pompliano) na criação de um meio educacional de escuta obrigatória para novatos do universo cripto.

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