Destaques da Bolsa

CSN (CSNA3) cai mais de 11% com piora da alavancagem; como os analistas avaliam o balanço do 1T25?

09 maio 2025, 16:38 - atualizado em 09 maio 2025, 18:53
csn
As ações da CSN e CSN Mineração figuram entre as maiores quedas do Ibovespa em reação aos números dos balanços do 1T25 (Imagem: CSN/Divulgação)

CSN (CSNA3) volta aos holofotes dos investidores nesta sexta-feira (9) com os números do balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25) — mas de forma negativa. Durante o pregão, as ações chegaram a cair 11,32% e liderou a ponta negativa do Ibovespa por horas. 

CSNA3 reduziu as perdas na reta final da sessão e fechou o dia com queda de 9,87%, a R$ 8,68. Acompanhe o Tempo Real. 



Os papéis são, em parte, pressionados pelo desempenho do minério de ferro. O contrato mais negociado da commodity para setembro caiu 0,57%, a 696 yuans (US$ 96,19) a tonelada na Bolsa de Dalian, na China. 

O maior peso negativo, porém, vem dos resultados da companhia no 1T25. A CSN reportou prejuízo líquido de R$ 732 milhões entre janeiro e março, 52,5% maior em relação ao prejuízo registrado no mesmo período de 2024.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado ficou em R$ 2,509 bilhões, alta de 12,3% na base anual. Os analistas, em média, esperavam um Ebitda de R$2,46 bilhões no período, segundo dados da LSEG.

Já a receita líquida somou R$ 10,908 bilhões, alta de 12,3%.

O que dizem os analistas? 

Para os analistas, o balanço da CSN não teve surpresas, com os resultados em linha com o esperado. 

O Citi disse que o Ebitda foi um dos principais destaques do balanço. 

“Os preços do aço subiram 2% no trimestre e compensaram o aumento do custo de produtos vendidos (CPV) em 5% no comparativo trimestral e 4% em relação ao ano anterior, devido à menor diluição de custos fixos e manutenção”, escreveram os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott, em relatório.

Com o resultados, o Citi reiterou a recomendação neutra para CSN e preço-alvo de R$ 9,50 — o que representa um potencial de desvalorização de 1,3%, no comparativo com o fechamento anterior.

Na mesma linha, os analistas do Bradesco BBI destacaram que o Ebitda superou as expectativas do mercado e ficou 7% acima das projeções do banco, impulsionado pelas divisões de mineração e siderurgia. 

Mas, apesar do Ebitda “sólido”, os analistas afirmaram que a CSN novamente queimou caixa  no trimestre em meio a altas despesas com juros e investimentos. A alavancagem da companhia subiu de 3,1 vezes (no primeiro trimestre de 2025) para 3,3 vezes a relação dívida líquida sobre Ebitda. 

A XP também afirmou que o nível de endividamento segue sendo uma das principais preocupações dos investidores. 

“Reiteramos nossa visão estrutural cautelosa sobre as expectativas de preços do minério de ferro (dada uma demanda pouco inspiradora), com altos níveis de alavancagem da CSN implicando uma margem de segurança limitada em vista do aumento da taxa de juros no Brasil”, escreveram os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, da XP, em relatório. 

A corretora reiterou a recomendação neutra para as ações CSNA3, com preço-alvo de R$ 20. 

Números da CSN Mineração (CMIN3) 

A divisão de mineração da CSN, que é a CSN Mineração (CMIN3), registrou um prejuízo líquido de R$ 357 milhões no 1T25, revertendo o lucro líquido de R$ 558 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. 

Esse foi o primeiro prejuízo líquido da empresa. Segundo a companhia, o impacto da variação cambial no caixa em moeda estrangeira foi o principal fator para o resultado negativo. 

O Ebitda ajustado da companhia foi de R$ 1,427 bilhão no período, uma alta de 27% na comparação anual. 

Para o Itaú BBA, os resultados pioraram sequencialmente devido a custos mais altos e volumes mais fracos. O banco manteve a recomendação de venda para CMIN3 com preço-alvo de R$ 5,50 — o que representa um potencial de desvalorização de 10,4% sobre o preço de fechamento de ontem (8). 

CMIN3 encerrou o pregão desta sexta-feira (9) com queda de 4,72%, a R$ 5,85. 



Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
A Super Quarta vem aí!

Saiba o que esperar das decisões de juros no Brasil e nos EUA com o Giro do Mercado

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar