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Custo operacional do cultivo de cana no centro-sul subirá 6% em 21/22

06 abr 2021, 16:17 - atualizado em 06 abr 2021, 16:17
Agricultura
O valor para formação do canavial, por sua vez, deve saltar mais de 9%, para 1.407 reais por hectare (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O custo operacional efetivo para a safra de cana-de-açúcar 2021/22 no centro-sul do Brasil deverá atingir 7.283 reais por hectare, alta de cerca de 6% em relação à temporada anterior, em meio a um aumento nos preços dos insumos, indicou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) nesta terça-feira.

O valor para formação do canavial, por sua vez, deve saltar mais de 9%, para 1.407 reais por hectare.

Mas, apesar do aumento nos custos, as perspectivas de boas remunerações ainda devem levar maior renatibilidade ao produtor independente, acompanhando a tendência altista das commodities agrícolas, acrescentou o levantamento, que também envolveu o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege).

Segundo o boletim elaborado pelas entidades, boa parte da alta nos preços dos insumos advém de efeitos da pandemia de Covid-19 ao longo de 2020, como a restrição de oferta e a desvalorização cambial.

Os impactos não refletiram nos custos para 2020/21, já que os insumos para esta temporada haviam sido adquiridos em momento de preços favoráveis entre o fim de 2019 e o início de 2020, mas acabaram incorporados, em sua maioria, na safra 2021/22.

Em janeiro de 2021, de acordo com o levantamento, a média mensal dos preços de fertilizantes selecionados no centro-sul aproximava-se de 2.200 reais por tonelada, ante menos de 1.800 reais por tonelada no início de 2020.

“Com o advento da pandemia, inicialmente ocorreu nova restrição da oferta de insumos agrícolas que logo somou-se a uma forte desvalorização cambial, rapidamente encarecendo fertilizantes e, em um segundo momento, defensivos”, disseram as entidades no boletim.

“A recuperação dos preços das commodities agrícolas a partir do segundo semestre de 2020 acelerou a piora dos preços dos insumos.”

CNA, Senar e Pecege também chamaram atenção para o aumento no preço do diesel, projetando uma alta “expressiva” nas etapas de formação do canavial e corte, carregamento e transbordo em 2021/22.

O levantamento destacou que a política de preços da Petrobras (PETR4) segue a paridade internacional, sendo pressionada pelas cotações do dólar e do petróleo.

No acumulado de 2021, por exemplo, o valor do diesel nas refinarias da petroleira acumula alta de cerca de 36%.

Rentabilidade

Ainda assim, as entidades também apontaram que parte do aumento de custos também é reflexo das expectativas de melhores remunerações para produtores e usinas de cana-de-açúcar na temporada, o que tende a compensar a pressão dos gastos.

O Pecege estima que o preço do açúcar total recuperável (ATR) feche 2021/22 em 0,8680 real por kg, ante 0,7655 real por kg ao final da safra 2020/21, alta de 13,4% na comparação anual.

“A despeito da projeção de incremento nos custos de produção, os preços recebidos pelos produtores devem sofrer maior pressão altista”, disseram CNA, Senar e Pecege.

“Neste sentido, a perspectiva é de aumento da rentabilidade do produtor independente de cana-de-açúcar”.

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