Ibovespa Daniel Barbosa: Vola, vida, lucros e a promessa de vacas gordas no “Ano do Boi”
No último artigo desta coluna em 2020 vamos aproveitar a oportunidade para fazermos uma breve retrospectiva. No horóscopo chinês 2020 foi o ano do rato de metal.
Desprezado no ocidente por ser portador de doenças, no oriente o rato é sinônimo de pensamento rápido e agilidade na tomada de decisões sábias que envolvem, entre outros assuntos, o tema “dinheiro”.
Como foi o seu ano de 2020 sob o aspecto financeiro? Na bolsa testemunhamos oportunidades únicas.
“Vola é vida”, ensinam as starlets do FinTwit brasileiro e nunca encontrei tanta gente dizendo “incrível, superei a meta anual antes do fim do primeiro semestre!”. E assim, nós também vamos rever as oportunidades que descrevemos em nossos artigos ao longo de 2020.
Históricos dos cenários vs. Track Record
Uma vez que não postamos dados sobre as transações performance, um “Track Record” clássico não é possível.
Preferimos falar sobre um potencial mínimo em pontos dos cenários apresentados.
A performance final, o “P/L” em si, depende da quantidade de contratos em cada operação e da forma como estas foram conduzidas.
No gráfico abaixo, o ativo subjacente ou “underlying” foi sempre o futuro do S&P (símbolo: ES).
Cinco cenários que somados passam dos 1450 pontos. Podemos falar de um histórico positivo e chegamos a ficar surpresos com esta série de sucessos consecutivos entre março e novembro. O Ano do Rato veio repleto de volatilidade e boas oportunidades.
Best of 2020, os momentos que ficaram gravados
Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2019 o IBOV já tinha subido mais de 160%. E quando chegou em janeiro de 2020 o IBOV já tinha subido mais de 220%.
Será que isso ia continuar para sempre? Não? Então por quanto tempo ainda? Era esta a resposta que procurávamos.
Obviamente um post com IBOV ligeiramente abaixo dos 70k não fez sucesso quando à época tantos previam o “IBOV a 120k”. Um colapso não precisava necessariamente acontecer mas… e se acontecesse? Era este o questionamento neste thread de 03/10/19:
A queda:
Em FEV/20 o IBOV perdeu o fôlego e nós estávamos ali, acompanhando e sentindo o mercado.
Um vírus começava a nublar a atitude altista. Tínhamos uma estratégia “short” em curso mas a violência da queda brusca superou nossa expectativa.
Era segunda-feira de carnaval e o “recado” para quarta-feira de cinzas na B3 foi claro: o IBOV pode cair morro abaixo como num deslizamento de terra.
Na segunda-feira (24/02) o “aviso” do S&P:
Na quarta-feira de cinzas (26/02) a reação do IBOV:
Pasmos, vimos nossas mais sombrias previsões de outubro de 2019 se concretizarem com o IBOV abaixo dos 62k. E não, ninguém é vidente.
A previsão de queda máxima foi pura análise por aproximação. Já perceber o enfraquecimento do S&P em fevereiro foi apenas questão de acompanhar o noticiamento pelo mundo e juntar os pauzinhos.
Especialmente entre os investidores particulares a surpresa no Brasil foi maior pois o país vinha voltando do carnaval.
A alta:
Sentir o momento da alta também foi apenas o resultado de acompanharmos o noticiamento na época. Era certo que os EUA tomariam medidas para recuperar os mercados. E inevitavelmente o governo americano veio com seus trilhões quase como em 2008.
Já que o “short” do crash do corona funcionou, começamos a preparar o long e novamente postamos via Twitter:
Felizmente alcançamos a marca bem antes do esperado:
A estratégia de base: para aproveitarmos o aumento de volatilidade na baixa e na alta do “V-SHAPE” a técnica foi sempre a mesma. Na ponta contrária à nossa previsão um spread para conter as perdas e na ponta favorável uma opção em aberto para otimizar o lucro.
Já admitimos acima que sem comprovantes de transações é difícil demonstrar os resultados das estratégias.
O objetivo desta coluna é apontar cenários, sugerir soluções e estimular uma mudança de perspectiva.
Não temos a pretensão de provar resultados ou ensinar à distância a operar estratégias com opções. Nossa grande ambição é inspirá-lo a administrar seus investimentos com mais segurança e tranquilidade através da redução progressiva do risco. Mais do que o lucro o fator “risco” será tema recorrente.
Ao fazermos um apanhado dos cenários publicados e de como lidamos com eles, esperamos transmitir um pouco da nossa experiência, apenas isso. Seria gratificante saber se este esforço é capaz de enriquecer seus pontos de vista. Se quiser escreva para daniel.barbosa[at]vandermart-solutions.com e nos dê seu feedback.
BACK TO THE GAME, IBOV 115.000
Acima o gráfico do IBOV comparando a crise de 2008 com o crash do corona. Reparem como as LTAs, Linhas de Tendência de Alta, se comportam.
Vejam a LTA verde que é quando o mercado sentiu uma mudança no governo. Vejam a LTA em rosa e a força da retomada.
Agora lembrem-se quantas pessoas ao nosso redor disseram que tudo ainda iria piorar muito em abril de 2020.
Repare na linha rosa pontilhada, uma linha que toma por base os pontos mais profundos da curva. Até assim houve uma alta de mais de 65% entre janeiro de 2016 e março de 2020. Diante disso, o que os mercados nos reseravarão para o ano novo?
Voltando ao horóscopo chinês, 2021 será o “Ano do Boi”. Este animal simboliza superação, trabalho, esforço, empenho nas realizações do cotidiano, onde a dedicação e a disciplina são fundamentais para que os bons frutos sejam colhidos.
Aqueles que se dedicam às opções sabem que estas virtudes são uma necessidade básica.
Pé no chão, olho vivo na exposição ao risco, saúde inabalável e perseverança para conquistar sua fatia de lucros é o que desejamos. Com os melhores votos de um feliz natal em família e um ano de 2021 ainda mais próspero! Até o ano que vem!
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