De sucos naturais ao topo da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
Poucos investidores imaginariam que uma empresa fundada em 1935, na Califórnia, produzindo apenas sucos naturais, se tornaria um dos papéis mais rentáveis da bolsa dos EUA no século XXI. Mas a Monster Beverage fez exatamente isso.
Antes de dominar o universo dos energéticos e se associar a esportes radicais em escala global, a companhia era apenas uma operação familiar, discreta e local. Nada sugeria que ali nasceria um fenômeno de mercado.
A virada começou em 2002, quando a então Hansen’s Natural Company lançou o energético Monster Energy — um produto que não apenas salvou o negócio de dificuldades financeiras, mas redefiniu por completo seu futuro.
A aliança com a Coca-Cola
O salto da Monster atraiu gigantes. Em 2014, a Coca-Cola Company adquiriu cerca de 16,7% da empresa por US$ 2,15 bilhões, num acordo que envolveu troca de marcas e fortaleceu a distribuição global do energético. A Monster assumiu o portfólio de bebidas energéticas da Coca, enquanto repassou suas linhas não energéticas à multinacional.
O movimento impulsionou sua presença internacional. Hoje, a companhia integra a Nasdaq, faz parte do S&P 500 e ampliou seu guarda-chuva de produtos com marcas como Reign Total Body Fuel e a aquisição da Bang Energy.
A multiplicação energética
Dados compilados pela Nasdaq e mencionados por veículos como CNBC e Investor’s Business Daily mostram que a Monster está entre as ações mais rentáveis do século XXI, acumulando mais de 80.000% de valorização desde o lançamento do Monster Energy.
Na prática, cada US$ 1 virou cerca de US$ 1.000.
Quem investiu US$ 10 mil antes da virada viu esse valor chegar a algo entre US$ 8 milhões e US$ 10 milhões — dezenas de milhões de reais atualmente. Se o aporte tivesse sido feito por um investidor brasileiro, o efeito seria o mesmo: R$ 10 mil convertidos para dólares à época teriam se transformado em milhões de dólares na mesma proporção.
Para o público, a Monster virou sinônimo de energia e rebeldia; para o investidor, virou um caso raro de multiplicação extraordinária onde uma fabricante de sucos se tornou uma das ações mais lucrativas do século.
Hoje, a companhia ostenta mais de US$ 65 bilhões em valor de mercado, disputa espaço com a Red Bull e está presente em mais de 140 países.
Do suco ao grid da Fórmula 1
O icônico “M” verde estampa capacetes, roupas e carros de algumas das maiores figuras do esporte mundial. A Monster é patrocinadora oficial da McLaren na Fórmula 1, marcando presença no equipamento do atual campeão Lando Norris e de Oscar Piastri.
No skate, apoia Rayssa Leal — uma das maiores atletas da atualidade — e o lendário Nyjah Huston. No motocross, está com Eli Tomac; no UFC, no surfe da elite mundial e nos e-sports com gigantes como a FaZe Clan.
A ascensão foi tão rápida que, em 2012, a empresa abandonou o nome Hansen’s e adotou oficialmente o que o mundo já conhecia: Monster Beverage Corporation.
O que esperar adiante, segundo analistas
A Stifel, uma das principais casas de análise dos EUA, elevou o preço-alvo das ações da Monster (NASDAQ: MNST) para US$ 82 — acima dos US$ 78 anteriores — e reiterou recomendação de Compra.
O novo preço implica potencial de alta de cerca de 13% em relação à cotação atual, na casa de US$ 72,49, colocando a companhia entre as maiores do setor, avaliada em torno de US$ 71 bilhões.
Segundo a Stifel, 2026 deve marcar um período de “crescimento favorável” no mercado de energéticos nos EUA, impulsionado pela expansão internacional, aumento de margens e reajustes previstos para o fim de 2025.
Além disso, as empresas do setor têm superado o desempenho geral da bolsa, beneficiadas pela aceleração da categoria, pela crescente participação da Monster e pelas “aquisições transformadoras” que movimentaram concorrentes como a Celsius.
A casa revisou projeções para ambas as companhias, mas foi categórica ao apontar a Monster como sua principal aposta no segmento — destacando a força do negócio principal, o avanço internacional e um pipeline de inovação que reforça a tese de crescimento contínuo.