Deixe Banco do Brasil (BBAS3) de lado e prefira esses dois outros bancos, recomenda Itaú BBA
Os bancos encerraram a temporada de resultados do terceiro trimestre, momento perfeito para os analistas revisarem preferências e expectativas.
Esse foi o caso do Itaú BBA, que reiterou sua preferência por Nubank (NU) e Bradesco (BBDC4), enquanto rebaixou a indicação do Santander (SANB11) de compra para neutralidade.
Já o Banco do Brasil (BBAS3) continua com recomendação neutra.
As queridinhas
No cardápio do Itaú BBA, o Bradesco segue como uma das principais escolhas.
Segundo os analistas, o ambiente micro e macro robusto sustenta o crescimento da receita e dos lucros, com valuation atrativo.
Na semana passada, o BBA já havia elevado o preço-alvo para R$ 22, o que representa potencial de alta de 17% até 2026, reafirmando o Bradesco como o melhor banco da bolsa (top pick).
“Resultados recentes indicam que a capacidade de geração de receita de crédito do banco foi restabelecida por meio de uma combinação de crescimento da carteira, gestão de spreads e receitas de serviços”, escrevem.
Outro ponto é que o segmento de seguros tem apresentado melhorias estruturais, especialmente em saúde, enquanto os custos estão controlados.
“Esses fatores micro mais eficientes coincidem com condições macro favoráveis, resultando em rápido crescimento dos lucros e avanço do ROE (retorno sobre o patrimônio líquido)“
Para 2026, o Itaú projeta crescimento de 7% ano contra ano na carteira de crédito e avanço de 19% nos lucros, com ROE alcançando 16,6%.
“Trata-se de um ‘beta bancário mais seguro’ para um re-rating do Brasil, alinhado aos temas macro.”
Nubank, com a corda toda
O Nubank também carrega recomendação de compra do BBA. O roxinho salta 46% no ano, em meio a bons resultados e expansão internacional.
“Temos visão positiva para as ações do Nubank devido ao rápido crescimento no curto prazo, negociando a valuations razoáveis, além de excelentes perspectivas de longo prazo sustentadas por sua estrutura de custos ‘disruptiva’.”
Além disso, o Itaú espera que as operações centrais no Brasil se beneficiem do aumento dos limites de cartão de crédito e de propostas de valor aprimoradas no segundo trimestre, assim como dos ventos macroeconômicos favoráveis para crédito pessoal.
Outro vetor de crescimento é o México, que começa a ganhar tração no crédito após a construção de uma base sólida de clientes, dados e depósitos.
Mesmo assim, o BBA ressalta que os lucros ainda não devem ser tão relevantes quanto os KPIs, já que o Nu segue em fase de investimento.
Banco do Brasil, de molho
Diante de resultados limitados, o BBA mantém a recomendação neutra para o Banco do Brasil. Na visão dos analistas, o fraco momento de lucros mais que compensa o efeito do valuation baixo.
“A carteira de agro tem sido a principal surpresa negativa para os resultados neste ano, e não esperamos melhora no curto prazo.”
Além disso, as margens dos produtores não se recuperaram e o crédito ficou mais caro.
Como se não bastasse, há pressão crescente de NPLs (empréstimos não pagos) nas carteiras renegociadas de pequenas e médias empreas e varejo, problemas de qualidade de ativos que normalmente não se resolvem rapidamente.
“Projetamos crescimento modesto de 6% ano contra ano da carteira de crédito e avanço de 21% nos lucros em 2026, resultando em ROE de 11%.”
Santander ficou caro?
Outro banco que perdeu pontos com o BBA foi o Santander, rebaixado de compra para neutra.
Segundo os analistas, estimativas menores de lucro, combinadas com múltiplos já justos, “nos levam a rebaixar a ação, com preço-alvo de R$ 32 por ação para o fim de 2026”.
No ano, o Santander sobe 38%, negociado a R$ 33.
Ainda assim, o BBA afirma que a tese de longo prazo segue sólida. A casa lembra que, desde 2022, o Santander realiza uma limpeza profunda em seu portfólio de crédito, tanto em provisões quanto no perfil da carteira de clientes.
“Com uma nova abordagem comercial e de segmentação, o último ano já mostrou ganhos de participação em nichos selecionados, como cartões de crédito, veículos e PMEs.”
Apesar disso, o foco em maximizar retornos impactou a expansão da carteira e das receitas, que têm sido fracas nos últimos anos — inclusive nas projeções para 2026.