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Depois de Nubank (NUBR33), Inter (INBR32), C6 e mais 4 bancos se pronunciam sobre exposição ao SVB

13 mar 2023, 17:56 - atualizado em 14 mar 2023, 13:56
Banco Inter Nubank
Banco Inter se pronuncia sobre exposição ao banco californiano que faliu na última semana (Imagem: Facebook/Inter)

Atualizado às 18h51 | Após o Nubank (NUBR33) ter se pronunciado, Inter (INBR32), C6 Bank, AgiBank, Banco Original, Neon e PagBank também negaram ter vínculos com o SVB, credor que entrou em falência na sexta-feira passada (10).

As notas oficiais foram elaboradas à esteira do aumento de perguntas sobre o envolvimento dos bancos digitais brasileiros com o colapso do décimo sexto maior banco dos EUA, fato que continua contaminando o setor bancário. A base de clientes do SVB era constituída majoritariamente de fintechs e startups de saúde.

Mais cedo, o Inter alegou que tanto a companhia quanto suas subsidiárias não têm e nunca tiveram qualquer exposição ou relação comercial com o SVB. As mesmas linhas foram usadas pelas outras fintechs.

SVB pode ser estopim de nova crise financeira?

Embora o evento relacionado ao SVB cause preocupação nos mercados, analistas não acreditam que o mesmo problema possa acometer os grandes bancos globais.

Em fala concedida à Reuters, um analista do JPMorgan argumenta que 60% dos depósitos em grandes instituições advêm de clientes do varejo, fruto do processo de “comercialização” dos bancos de investimento que se deu após as injeções governamentais de dinheiro em 2008.

Clientes com “DNA pessoa física” tendem a manter seus depósitos, contrariamente ao caso da base de clientes do SVB, que é composta fundamentalmente de startups de tecnologia ávidas por crédito barato — em um tempo de vacas magras — para financiar suas operações.

O analista argumenta que, caso um grande credor precise vender ativos, isso não implicaria necessariamente uma escassez de capital. Ao contrário das instituições menores, os bancões fazem deduções de perdas através de seus portfólios de segurança a cada trimestre, o que limita os danos incrementais de qualquer liquidação dos ativos no balanço bancário.

UBS Group salienta que, desde a Crise Financeira Global de 2008, os bancos são obrigados a manter uma cobertura de liquidez próxima dos 100%, mantendo uma quantidade suficiente de ativos de qualidade (Treasuries, principalmente) em caso de qualquer onda de saques.

“Permite-se aos bancos que eles mantenham esses títulos em contas especiais ‘Disponíveis para Venda’ e ‘Seguradas até Maturidade’, isentas da marcação a mercado em caso de desvalorização dos preços”, complementa o relatório.

XP: bancos brasileiros em ‘boa forma’ para suportar pressão; entenda

Para o time de análises da XP, os indicadores do balanço das principais instituições financeiras do Brasil mostram uma boa posição do setor para suportar o estresse originado pela falência do SVB.

Isso pode ser visto pela alta relação empréstimo/depósito, próxima dos 80% para todos os principais representantes do setor financeiro brasileiro. Transitando nessa margem, e assumindo que a principal atividade de um banco é emprestar dinheiro, torna-se mais difícil que liquidações machuquem o lucro corporativo das instituições.

Com relação ao Nubank (NUBR33), que possui a menor relação empréstimo/depósito (25.3%), a XP destaca que a empresa possui R$ 4 bilhões em dinheiro e R$ 3 bilhões em depósitos compulsórios e reservas alocadas no Banco Central.

Ao considerar uma base de 53 milhões de clientes, isso significa que, na média, cada cliente possui menos de R$ 250 mil, ou seja, todos estariam elegíveis a receber restituições do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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