Economia

Deu ruim nos juros? Itaú projeta pausa nos cortes e Selic em 10,50% até final de 2025; confira

10 jun 2024, 16:01 - atualizado em 10 jun 2024, 16:02
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Na reunião de maio, o Copom reduziu o ritmo do seu afrouxamento monetário, passando os cortes da Selic de 0,50 pp para 0,25 pp. (Imagem: Getty Images/Canva Pro)

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece na semana que vem, mas as expectativas não são das melhores.

Depois de uma mudança na postura do Banco Central, que passou a apontar para um maior risco inflacionário e até reduziu o ritmo de cortes da Selic, o mercado virou sua previsão para pessimista. O Itaú revisou para cima as suas projeções para o futuro da taxa básica de juros.

“Em meio às expectativas de inflação crescentes (já parcialmente desancoradas), atividade econômica resiliente e maiores incertezas doméstica e externa, entendemos que não há mais espaço para cortes adicionais de juros. Portanto, revisamos nossas projeções para a taxa Selic, de 10,25% a.a. para 10,50%, ao final de 2024 e 2025”, destaca Mario Mesquita, economista-chefe do banco, em relatório.

Se a projeção estiver correta, isso significa que o Banco Central fará uma pausa no afrouxamento monetário e manterá a Selic no atual patamar de 10,50%.

O economista aponta que foram apresentados números robustos tanto no Produto interno Bruto (PIB), quando no mercado de trabalho. Já do lado da inflação, as últimas leituras trouxeram composição benigna, mas isso foi mais do que compensado pela elevação das expectativas de inflação reportadas no Relatório Focus.

Na pesquisa desta semana, as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) subiram de 3,88%% para 3,90% em 2024. Já a Selic se mantém em 10,25%, com parte do mercado ainda apostando em mais um reajuste de 0,25 ponto percentual.

Mesquita ainda destaca a taxa de câmbio voltou para as máximas do ano, descolada de seus pares, sendo que a medida ampla de risco-país, calculada pelo Itaú com base em preços de ativos e seu desempenho relativo, voltou a subir depois de ter alcançado as mínimas pós-pandemia no início do ano.

“É razoável afirmar que as incertezas domésticas citadas nas comunicações mais recentes do comitê se mantiveram em patamar elevado, ou mesmo aumentaram”, diz.

Selic: O que aconteceu na última reunião do Copom?

Na reunião de maio, o Copom reduziu o ritmo do seu afrouxamento monetário, passando os cortes de 0,50 pp para 0,25 pp. O motivo é que o cenário econômico brasileiro e global mudou.

“Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 10,50% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025”, diz o comunicado.

O Banco Central também aproveitou para destacar que a conjuntura atual é caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento. Além disso, as expectativas de inflação estão desancoradas e o cenário global é desafiador. Com isso, a condução da política monetária demanda serenidade e moderação.

A decisão do reajuste também não foi unânime. Votaram por uma redução de 0,25 pp os seguintes membros do Comitê:

  • Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente)
  • Carolina de Assis Barros
  • Diogo Abry Guillen
  • Otávio Ribeiro Damaso
  • Renato Dias de Brito Gomes

Por outro lado, votaram por uma redução de 0,50 pp os seguintes membros:

  • Ailton de Aquino Santos
  • Gabriel Muricca Galípolo
  • Paulo Picchetti
  • Rodrigo Alves Teixeira

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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