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Deveríamos pensar no bitcoin como uma reserva de energia? (Parte 1)

10 abr 2020, 11:00 - atualizado em 08 abr 2020, 14:59
Diferente das revoluções industriais anteriores, a plataforma para a terceira será uma economia distribuída que é compartilhada, não centralizada, bem-alinhada à proposta de descentralização do sistema Bitcoin (Imagem: Crypto Times)

Muitos criticam o bitcoin por conta do poder energético consumido na mineração, mas raramente é colocado no contexto geral de eficiência industrial e econômica.

Neste artigo, dividido em três partes, desmistificamos alguns dos mitos sobre energia e analisamos se deveríamos considerar o bitcoin como uma reserva de energia além de reserva de valor.

De acordo com Vaclav Smil, cientista checo-canadense especialista em energia, como espécie, passamos por três “revoluções energéticas”.

A primeira foi a descoberta do calor ou fogo ao aproveitar a luz solar para queimar galhos e plantas. A segunda foi a transição para a agricultura, que nos permitiu armazenar a energia do sul na comida e usar maquinários para retirar o trabalho físico e focarmos em outras tarefas em vez de alimentação.

A terceira foi a Revolução Industrial, com a descobertas de combustíveis fósseis — petróleo, carvão e gás —, os quais estamos tentando abandonar nas últimas décadas e usar fontes renováveis de energia.

A quarta revolução energética que estamos no limite é a era renovável, na qual, de acordo com o falecido Prof. Stephen Hawking, devemos agilizar esses processos nos próximos 100 anos ou seremos forçados a migrar para outro planeta.

Empresas privadas já começaram a capitalizar nessa evacuação — em destaque, SpaceX, projeto de Elon Musk. Ironicamente, Musk está, de forma simultânea, vendendo carros Tesla para prolongar a vida no planeta enquanto se prepara para sua extinção…

Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) se refere a uma rede composta por objetos físicos que são capazes de coletar e compartilhar informações eletrônicas, que incluem desde dispositivos inteligentes a máquinas industriais que transmitem dados sobre o processo de produção a sensores que rastream informações sobre o corpo humano (Imagem: Freepik)

A Terceira Revolução Industrial e a Internet das Coisas

Para interromper a atual e iminente degradação ambiental, Jeremy Rifkin, economista e conselheiro ambiental do governo alemão, acredita que precisamos nos livrar completamente do carbono em 40 anos.

Rifkin afirma que revoluções industriais sempre coincidiram com a emergência e convergência de três novos tipos de tecnologia.

Assim, a Terceira Revolução Industrial será a convergência de três tipos de tecnologia de internet: comunicação pela internet, internet de energia renovável  internet para logística de transporte — todas entram no âmbito da Internet das Coisas (ou IoT, do inglês “Internet of Things”).

Na economia IoT, as tecnologias vão se comunicar — carros autônomos, rodovias e ferrovias inteligentes, além de sensores para, que monitoram o ambiente e o inventário —, em que todas vão coletar dados e poupar energia durante suas tarefas.

Diferente das revoluções industriais anteriores, a plataforma para a terceira será uma economia distribuída que é compartilhada, não centralizada.

Eficiência agregada é uma forma de mensurar quão bom você é em fabricar produtos usando a menor quantidade de energia (Imagem: Freepik)

Eficiência agregada na economia

Em outras palavras, a premissa de uma revolução industrial ou energética é produzir bens de forma mais eficiente e economizar mais energia nesse processo, aumentando a eficiência agregada na economia.

Eficiência agregada é a relação entre o possível trabalho e o trabalho físico (gasto) integrado na produção de um bem ou serviço — ou uma forma de mensurar quão bom você é em fabricar produtos usando a menor quantidade de energia.

Rifkin acredita que “o custo marginal de alguns bens e serviços em uma economia digital vão poder chegar a zero, permitindo que milhões de produtores/consumidores conectados à Internet das Coisas produzam e troquem bens entre si quase de graça na crescente economia de compartilhamento.”

Quando você se dá conta de que passamos anos no mar caçando baleias para a extração de óleo e fornecimento de energia ao mundo para acender nossas lâmpadas, percorremos um longo caminho, mas paramos.

Atualmente, o Japão, a economia mais eficiente do mundo, possui um teto de 20% de eficiência agregada há décadas, ou seja, 80% de sua energia não é usada em produtos. Os EUA estão nos 14% desde a década de 1990.

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