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Direcional, Even, Mitre e Melnick: qual ação de construtora comprar após os balanços do 2º tri?

10 ago 2021, 18:38 - atualizado em 10 ago 2021, 21:57
Atuando no segmento de baixa renda, a Direcional segue sendo a queridinha dos analistas quando o assunto é construção civil. (Imagem: Reuters/Nacho Doce)

Quatro construtoras divulgaram seus resultados na noite da última segunda-feira (9): Direcional (DIRR3), Even (EVEN3), Mitre (MTRE3) e Melnick (MELK3). Atuando em setores diferentes, de maneira geral, os números agradaram os analistas. 

O Inter destaca que até o presente momento, mesmo com a alta da inflação e da Selic, os dados de concessão de crédito permanecem em sua máxima histórica, bem como a taxa média de financiamento.

Veja a seguir os principais destaques das construtoras: 

Direcional, a favorita

Atuando no segmento de baixa renda, a Direcional segue sendo a queridinha dos analistas quando o assunto é construção civil. 

A empresa reportou alta de 50% no seu lucro líquido, para R$ 40 milhões.

A receita subiu 2%, somando R$ 422 milhões, enquanto o Ebitda ajustado, que mede o resultado operacional, ficou em R$ 89 milhões, elevação de 15,7%.

De acordo com a Ágora Investimentos, a empresa ultrapassou as estimativas já elevadas, superando os seus concorrentes. 

Para a corretora, a ação combina: 

  • crescimento de dois dígitos;
  • potencial de valorização para o consenso;
  • preço sobre lucro (P/L) de um dígito (7,4x 2022E), uma das histórias mais baratas 

Já o Safra destaca o crescimento das margens, mesmo em um cenário mais desafiador, e o enxugamento dos custos. 

“Ainda acreditamos que a maior exposição aos segmentos de baixa e média renda devem continuar a melhorar seus resultados e ao mesmo tempo oferece flexibilidade para operar com lucratividade em um cenário com taxas de juros mais altas”, aponta. 

O Santander acrescenta que apesar da alta margem bruta do segundo trimestre não ser sustentável, a revisão orçamentária, preços mais altos e participação mais relevante da Riva no mix de receita devem impulsionar os números para 2022.

Corretora Recomendação Preço-alvo Potencial de valorização
Santander Compra R$ 20,10 52%
Safra Compra R$ 22,7 68%

 

Even entrega números sólidos

A Even também não fez feio no período. A companhia registrou alta de 102% no lucro, para R$ 54 milhões

A receita líquida cresceu 40%, puxada pelas vendas de R$ 354 milhões, com VSO (velocidade de oferta) consolidada de 16%.

O Ebitda ajustado foi de R$ 65 milhões, crescimento de 17,3% em relação ao mesmo ciclo do ano anterior.

Segundo o Safra, a empresa tem uma estrutura enxuta para surfar o ambiente de vendas positivas das construtoras, o que deve continuar a se refletir em ganhos robustos.

Na visão da Ágora, os resultados vieram sólidos, já que uma forte receita gerou cifras significativamente acima do consenso, enquanto a margem bruta ficou estável.

“Além disso, encontramos conforto na forte posição de caixa da Even (-35% D/L) e no valuation atraente de 1 vezes o valor patrimonial, que nos leva a reafirmar nossa recomendação de compra”, completa.

Corretora Recomendação Preço-alvo Potencial de valorização
Ágora Compra R$ 15 69%
Safra Compra R$ 14,4 65%

 

Mitre, na vanguarda das construtoras brasileiras

De acordo com o Safra, a Mitre mostra que está na vanguarda na corrida de obstáculos para as construtoras brasileiras.

A empresa lucrou R$ 22,6 milhões, alta de 658,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo a companhia, os bons números foram puxados pela excelente entrega operacional da construtora nos últimos três meses com as vendas líquidas chegando a R$ 188,4 milhões, aumento de 442,7%.

“Continuamos confiantes na estratégia de longo prazo da Mitre, principalmente considerando a capacidade simples para compensar a inflação da construção por meio de aumentos de preços, que são apoiados por desempenho exclusivo da empresa na velocidade de vendas e seu foco na qualidade do produto”, aponta.

Corretora Recomendação Preço-alvo Potencial de valorização
Safra Compra R$ 17,8 61%

 

Melnick ainda sofre com fantasma da Covid

Da lista, a Melnick foi a única empresa que registrou queda no lucro, redução de 44% para R$ 12 milhões.

Já a receita líquida de vendas e serviço caiu 2,16%, somando R$ 183 milhões.

Os números foram impactados pela segunda onda da Covid. 

Apesar disso, o Safra argumenta que com a normalização dos estandes de vendas e a agilização da campanha de vacinação, que tende a retomar a confiança do consumidor, “acreditamos que o maior volume de lançamentos para ser realizada no próximo semestre (R$ 1 bilhão já aprovado) levará a uma substancial melhora dos resultados da Melnick para os próximos trimestres”.

Corretora Recomendação Preço-alvo Potencial de valorização
Safra Compra R$ 15,4 185%

 

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.