Internacional

Dívida dos EUA está ‘por um triz’ de rebaixamento

25 maio 2023, 19:34 - atualizado em 25 maio 2023, 19:34
Fitch EUA Estados Unidos
A Fitch Ratings colocou a primeira economia do mundo em observação negativa (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

Os EUA estão mais próximo de terem sua dívida soberana rebaixada. Quem faz o primeiro movimento nesse sentido é Fitch, uma das três principais agências de nota de crédito do mundo.

Em decisão divulgada ontem, a agência pôs uma observação negativa ao rating AAA dos EUA. A Fitch disse esperar que os representantes políticos consigam encontrar um acordo antes do início de junho, a data que coincidiria com o fim da reserva do Tesouro.

A agência enxerga que o governo americano poderá ser obrigado a repriorizar pagamentos, um cenário indesejável para a estabilidade dos mercados. Além disso, os avaliadores entendem que o emprego da 14º emenda pelo presidente americano, Joe Biden, provavelmente levaria a um rebaixamento da nota.

O calote nos títulos da dívida no tempo deve ser acompanhado de um corte da classificação IDR para “RD”. Ademais, títulos com maturação de curtíssimo prazo (em 30 dias) seriam reduzidos para CCC, ao passo que as T-Bills de mais de um mês cairiam para “C”.

EUA repete script de 2011

Assim como se desenha agora, a falta de um “lugar comum” entre os dois partidos fez com que a S&P rebaixasse, pela primeira vez da história, a nota da dívida americana de longo prazo; passou do patamar máximo, AAA, para AA+.

A nota AAA permite que o governo dos EUA tome emprestado recursos a uma taxa de juros mais baixa, uma vez que o governo é considerado estável e seus títulos seguros. O downgrade, mesmo que efêmero, desferiu um dano de US$ 1,3 bilhão em aumento do custo da dívida.

Naquele ano, Alex Lima, estrategista-chefe da Guide Investimentos, relembra que o rebaixamento da dívida dos Estados Unidos gerou uma reação de extrema aversão ao risco nos mercados.

As taxas de juros longos despencaram (o treasury note caiu mais de 120 pontos-base em cinco semanas), o dólar global disparou e as ações americanas despencaram”, relembra. No dia 8 de agosto de 2011, a “data X” do calote daquele período, o S&P 500 teve uma queda de 6,6%.

Acordo reduzido toma forma

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o principal parlamentar republicano, Kevin McCarthy, estão chegando perto de um acordo sobre o teto da dívida dos EUA, com divisões em relação a apenas US$ 70 bilhões em gastos discricionários, de acordo com uma pessoa familiarizada com as negociações.

O que provavelmente surgirá não será um projeto de lei de centenas de páginas, algo que pode levar dias para ser escrito, lido e votado por parlamentares, mas um acordo simplificado com alguns números importantes, disseram esta fonte e outra pessoa informada sobre as negociações.

A expectativa é de que os negociadores cheguem a números máximos para gastos discricionários, incluindo um número para gastos militares, mas deixem os parlamentares elaborarem os detalhes de categorias como habitação e educação por meio do processo normal de apropriações nos próximos meses, disse a segunda fonte.*

*Com informações da Reuters.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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