Coluna do Guilherme Gentile

Dividendos: Este investimento reúne as melhores pagadoras da bolsa

21 mar 2023, 14:58 - atualizado em 21 mar 2023, 15:03
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(Imagem: Pixabay/ StockSnap)

O DIVO11 é um fundo de índice (ETF) que busca replicar o desempenho do Índice Dividendos (IDIV), que é composto pelas ações das empresas mais generosas em termos de distribuição de dividendos da B3 (Bolsa de Valores brasileira).

A metodologia de seleção do IDIV considera a liquidez das ações e a frequência e o valor dos dividendos pagos pelas empresas nos últimos 24 meses. O índice é ponderado pelo valor de mercado das empresas incluídas e é revisado trimestralmente.

Em termos de setores, o IDIV é composto principalmente por empresas do setor energia elétrica, que respondem por cerca de 27% do índice. Outros setores com peso significativo no IDIV incluem siderurgia, com cerca de 13% do índice, e bancos, com cerca de 12% do índice.

As empresas incluídas no IDIV mudam periodicamente devido à revisão trimestral do índice. Algumas das empresas que têm sido incluídas no índice nos últimos anos incluem a Itaúsa (ITSA4), BB Seguridade (BBSE3), Banco do Brasil (BBAS3), Taesa (TAEE11), Petrobras (PETR4) e Vivo (VIVT3).

Vale lembrar que a seleção das empresas para o IDIV é baseada em sua política de distribuição de dividendos e não necessariamente em seu desempenho financeiro geral.

O IDIV é negociado na B3 sob o ticker DIVO11. Os investidores interessados em investir no IDIV podem comprar cotas do DIVO11 em suas corretoras de valores, da mesma forma que comprariam ações de outras empresas listadas na bolsa.

Ao comprar cotas do DIVO11, os investidores adquirem uma participação em uma carteira diversificada de ações de empresas que pagam bons dividendos, conforme definido pelo Índice Dividendos (IDIV).

A estratégia de investimento em dividendos tem se mostrado vencedora em comparação com o Ibovespa nos últimos anos.

Enquanto o Ibovespa teve um desempenho abaixo do esperado em 2022, com um retorno de 6,02%, o IDIV apresentou um retorno de 13,83%, superando não só o Ibovespa, mas também o Ifix, índice que acompanha o desempenho dos fundos imobiliários na B3.

Nos últimos 10 anos, a estratégia de investimento em dividendos também se mostrou vencedora em comparação com o Ibovespa. Já o índice teve um retorno anualizado de 8,09%, o IDIV apresentou um retorno anualizado de 10,75% no mesmo período.

Isso indica que investir em empresas que pagam dividendos pode ser uma estratégia rentável a longo prazo e pode gerar um desempenho superior ao do mercado em geral. No entanto, é importante lembrar que o desempenho passado não é garantia de desempenho futuro.

Essa performance do IDIV se deve principalmente à política de distribuição de dividendos adotada pelas empresas que fazem parte do índice, que é uma das formas de remunerar os acionistas pelo investimento realizado.

Empresas que distribuem regularmente uma parte de seus lucros aos acionistas demonstram uma boa saúde financeira, o que é uma indicação de que a empresa está prosperando e pode continuar a crescer no futuro.

Obviamente que nem tudo são flores e investir nesse ETF pode ter algumas desvantagens:

  • Concentração setorial: O índice de dividendos da B3 é composto principalmente por empresas dos setores financeiro e de utilidade pública. Isso pode limitar a diversificação do investimento, o que pode aumentar o risco.
  • Taxas: Como qualquer outro ETF, o DIVO11 cobra taxas de administração e outras despesas, o que pode reduzir o retorno do investimento. É importante que o investidor esteja ciente dessas taxas antes de investir.
  • Outra desvantagem importante do DIVO11 é que o investidor não tem controle sobre quais empresas serão incluídas no índice. Isso significa que ele pode acabar investindo em empresas que não correspondem aos seus valores ou preferências pessoais. Por exemplo, se o investidor tem preocupações com o meio ambiente, ele pode não querer investir em empresas que têm um impacto negativo, mas algumas dessas delas podem fazer parte do índice. Portanto, o investidor deve estar ciente de que está investindo em uma cesta de ações selecionada com base em critérios específicos e que ele não tem controle sobre quais empresas fazem parte do índice.

É importante ressaltar que, ao contrário dos ETFs nos Estados Unidos, o DIVO11 não paga diretamente dividendos aos detentores do papel.

Isso porque, no Brasil, não é possível distribuir dividendos diretamente aos acionistas de um ETF, por isso os dividendos distribuídos das empresas compostas pelo índice são reinvestidos automaticamente.

O IDIV é uma forma conveniente e acessível de investir em empresas que pagam dividendos. Como um ETF, ele permite que os investidores obtenham exposição a um portfólio diversificado de empresas que pagam dividendos sem a necessidade de comprar cada uma das ações individualmente.

Além disso, os ETFs geralmente têm baixas taxas de administração e são negociados como ações, o que significa que os investidores podem comprá-los e vendê-los facilmente em uma corretora.

Em resumo, a estratégia de investimento em dividendos tem se mostrado vencedora em comparação com o Ibovespa nos últimos anos e o DIVO11 é uma forma conveniente e acessível de investir em empresas que pagam dividendos.

Head de análise da Dividendos.me
Guilherme Gentile é Head de análise da Dividendos.Me. Graduado em Ciências Contábeis pela PUC-SP, com MBA pela FGV e IBMEC, tem mais de 10 anos de experiência na área financeira em empresas multinacionais, mais de 5 anos de experiência como auditor externo em “Big four” e investe em renda variável desde 2014.
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Guilherme Gentile é Head de análise da Dividendos.Me. Graduado em Ciências Contábeis pela PUC-SP, com MBA pela FGV e IBMEC, tem mais de 10 anos de experiência na área financeira em empresas multinacionais, mais de 5 anos de experiência como auditor externo em “Big four” e investe em renda variável desde 2014.
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