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Dividendos fracos: 9 ações que decepcionaram em 2022, segundo analista; o que esperar em 2023?

22 dez 2022, 10:00 - atualizado em 22 dez 2022, 1:04
Dividendos
A pedido do Money Times, o analista-chefe da VG Research, Luan Alves, listou os papéis que decepcionaram neste ano em termos de dividendos (Imagem: Flick/Banco do Brasil)

O ano de 2022 se encerra com boas perspectivas para papéis de dividendos. Para efeito de comparação, o índice de dividendos, IDIV, acumula valorização de 8%, contra elevação de 3% do Ibovespa, até o dia 21 de dezembro.

Mesmo assim, algumas empresas frustraram os acionistas ao pagarem proventos menores do que esperado. Os motivos são muitos: mudanças na administração, crise no setor, preferência para investimentos etc.

A pedido do Money Times, o analista-chefe da VG Research, Luan Alves, listou os papéis que decepcionaram neste ano.

Veja na tabela abaixo:

Empresa Ticker Dividend Yield
MRV MRVE3 2,60%
Cyrela CYRE3 4,40%
Eztec EZTC3 2,30%
AES Brasil AESB3 1,10%
Transmissão Paulista TRPL4 0,80%
Auren AURE3 0,70%
Itaúsa ITSA4 6,00%
CCR CCRO3 3,70%
Ecorodovias ECOR3 0,20%

O que esperar dos dividendos?

Construtoras 

Segundo Alves, no caso de empresas do construção, como MRV, Cyrela e Eztec, a Selic mais alta e os resultados mais baixos pressionaram o setor. 

A MRV, por exemplo, reportou tombo de mais de 96% de seu lucro líquido consolidado entre julho e setembro, somando pouco mais de R$ 7 milhões.

O analista da XP, Ygor Altero, avaliou, à época, que a empresa mineira reportou resultados “fracos e inferiores às expectativas”, impactados principalmente pela queda acentuada do lucro líquido com a falta de vendas da subsidiária norte-americana Resia.

Para 2023, Alves não espera dividendos altos, com o setor ainda enfrentando desafios.

Elétricas

No caso da AES, o analista lembra que é uma das companhias que está passando por um ciclo de investimento intensivo. “Não vemos fortes distribuições de dividendos em 2023”, completa.

Por outro lado, quanto a Transmissão Paulista e Auren, Alves diz que as companhias devem surpreender.

“Ambas as companhias possuem posição de caixa confortável para remunerar seus acionistas e os investimentos já estão sendo realizados”, coloca. 

Financeiras

O ano para a Itaúsa foi de investimentos maciços, com a compra de 15% da CCR e a participação na AEGEA e na NTS (gasodutos da Petrobras).

“Com o Itaú ainda recompondo seu capital e distribuindo poucos dividendos, a Itaúsa, seu principal acionista, distribuiu em 2022 bem menos do que seus investidores estavam acostumados”, coloca.

Apesar disso, o CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal, reforçou que os dividendos da companhia vão aumentar nos próximos três anos, voltando ao seu padrão histórico.

Concessionárias

Alvez diz que tanto a CCR quanto a Ecorodovias vivem um momento de investimentos no seu setor.

“Ambas as companhias conseguiram realizar diversos novos investimentos, no caso da Ecorodovias novas concessões rodoviárias e, para a CCR, foi o investimento em rodovias e aeroportos, além de mobilidade urbana (trem e metrô)”, coloca.

Além disso, ele afirma que nesse momento do ciclo das empresas, não consegue enxergar dividendos elevados.

“As companhias também contraíram dívida para fazer frente a esse plano audacioso de crescimento”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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