Moedas

Dólar cede terreno ante real com vacina e Biden no radar

12 nov 2020, 9:24 - atualizado em 12 nov 2020, 10:21
Às 9:15, o dólar recuava 0,56%, a 5,3862 reais na venda (Imagem: Pixabay)

O dólar operava em queda contra o real na manhã desta quinta-feira, devolvendo os ganhos da véspera à medida que os investidores monitoravam o cronograma de distribuição de uma vacina eficaz contra a Covid-19 e avaliavam as perspectivas para os países emergentes sob um governo de Joe Biden nos Estados Unidos.

Às 10:15, o dólar recuava 0,44%, a 5,3926 reais na venda, enquanto o dólar futuro de maior liquidez ganhava 0,16%, a 5,4025 reais.

Esse movimento refletia “dia positivo em termos de percepção de risco”, disse Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haitong, acrescentando que “a dinâmica teoricamente deveria mostrar um real mais forte com a vitória de Biden”.

O presidente eleito dos Estados Unidos é visto por analistas como positivo para países emergentes, uma vez que deve abandonar a linha comercial dura do atual líder da Casa Branca, Donald Trump, e pressionar por mais medidas de auxílio em resposta à pandemia de Covid-19.

Além disso, parte dos mercados tem atribuído uma onda recente de apetite por risco à perspectiva de um governo norte-americano dividido, em meio a projeções de que o Senado continuará com maioria republicana, um possível obstáculo à aprovação de medidas vistas como negativas para o setor empresarial e financeiro.

A notícia de sucesso de mais de 90% em uma vacina da Pfizer contra a Covid-19 e a retomada de testes no Brasil com a vacina chinesa CoronaVac também foram citadas recentemente por economistas como fatores de impulso para o sentimento.

Enquanto isso, disse Flávio Serrano, os fundamentos positivos da economia brasileira — apesar das incertezas políticas e fiscais — são um fator de suporte para o real no curto prazo.

“Espera-se que o real se fortaleça. Há muita volatilidade e vai depender de reduzir as incertezas fiscais, mas acho que a direção ainda é de valorização”, completou.

O IBGE informou nesta quinta-feira que o volume do setor de serviços do Brasil cresceu 1,8% em setembro em relação ao mês anterior, sua quarta alta mensal consecutiva.

Na véspera, o IBGE disse que setor varejista brasileiro seguiu em recuperação em setembro com aumento das vendas pelo quinto mês seguido, depois de informar na semana passada que a indústria brasileira engatou a quinta alta consecutiva da produção.

Apesar da recuperação em importantes indicadores econômicos, os investidores seguem receosos de que o governo possa furar seu teto de gastos ao tentar financiar um novo pacote de assistência social, à medida que seguem à espera de avanços na agenda de reformas domésticas.

Na véspera, o dólar spot subiu 0,47%, a 5,4167 reais na venda.

O Banco Central fará neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021.

(Atualizada às 10h21)

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