Opinião

Dólar em queda é a tendência para 2019?

12 jan 2019, 11:34 - atualizado em 12 jan 2019, 11:34
(Pixabay)

Por Gabriel Casonato, Editor da Agora Brasil

Caro leitor,

Em trajetória de queda desde a virada do ano, o dólar já é negociado no menor nível em dois meses frente ao real.

Com a queda de ontem, já são cinco sessões de baixa dentre as seis de 2019…

E assim, num piscar de olhos, a moeda americana voltou aos 3,68 reais, cotação que não atinge desde 26 de outubro.

Na época, passada a eleição no Brasil, era consenso no mercado que o dólar ficaria negociando dentro de uma faixa de equilíbrio…

Algo em torno de 3,60 a 3,70 reais, de acordo com as apostas de nove entre dez economistas.

Nas semanas que se seguiram à vitória de Jair Bolsonaro, a impressão foi de que os analistas quebrariam a cara…

Ao contrário das previsões, a divisa americana engatou um movimento de alta que fez com que se reaproximasse da barreira psicológica dos 4 reais.

Muito mais por fatores externos, é verdade…

No entanto, diante de uma realidade que diariamente nos desafia, só reforçou a necessidade de estarmos prontos para qualquer peça que ela venha nos pregar.

Pouco mais de três meses depois, já vemos mitigada boa parte das preocupações no que diz respeito aos rumos da política no Brasil.

E, diante de um cenário relativamente mais calmo lá fora e de expectativas positivas com a reforma da Previdência, o dólar finalmente começa a ceder.

Por aqui, ainda persiste um sentimento de cautela sustentado pelos comentários desencontrados de integrantes do núcleo do novo governo…

A esperança, contudo, é de que Bolsonaro chancele a a reforma que o ministro Paulo Guedes e o mercado desejam…

Isto é, uma mais dura do que a pretendida pelo presidente, principalmente no que diz respeito à regra de transição.

A proposta em estudo pela equipe de governo estipula regra de transição de 10 a 12 anos, com unificação neste intervalo dos modelos do INSS e dos servidores públicos.

Esse período é mais curto do que os 21 anos previstos na versão do governo anterior, de Michel Temer, e pode gerar uma economia adicional de 275 bilhões de reais…

Um sinal muito positivo para o ajuste fiscal.

Por outro lado, o bom desempenho do real neste começo de ano ainda carece de um importante fator para um rali mais sustentável…

Que os estrangeiros compartilhem com mais força do entusiasmo dos investidores locais.

Em termos gráficos, o nível de 3,60 reais se apresenta como um forte suporte mais imediato para o dólar…

Mas ele pode ser facilmente rompido se os estrangeiros resolverem dar uma mãozinha.

Por enquanto, quem vem dando conta do recado são os investidores brasileiros, com o fluxo positivo favorecido pelo fim da temporada de remessas ao exterior.

No que diz respeito aos não residentes no Brasil, a B3 até mostra que eles voltaram a vender dólares no mercado de contratos futuros desde meados de dezembro…

O movimento, no entanto, perdeu força nos primeiros pregões de 2019, sinalizando que o gringo, de modo geral, segue cauteloso com os eventos no exterior.

Neste sentido, prevalecem as discussões entre Pequim e Washington em torno da guerra comercial…

Apesar da nova rodada de negociações estar cercada de informações trocadas, prevalece no mercado uma perspectiva positiva…

Principal motivo pelos quatro pregões consecutivos de alta das Bolsas em Nova York.

Essa recuperação do mercado americano também tem fortalecido o dólar frente a maioria das divisas globais…

O real, no entanto, é uma das poucas moedas que têm resistido ao movimento – frente a ele, a moeda dos EUA já perdeu 4,8 por cento desde o início do ano.

Já comentei algumas vezes aqui sobre a dificuldade de se fazer previsões para o câmbio…

São muitos os fatores que influenciam a cotação de uma moeda em relação a outra, sejam eles internos ou externos.

Entre o dólar e o real, no entanto, tais fatores sinalizam um certo espaço para que a moeda americana caia um pouco mais ante a brasileira…

Principalmente se prevalecer nas próximas semanas a visão dos mais otimistas aqui nos EUA…

Especialmente no que diz respeito a novos sinais de uma economia ainda aquecida e de um possível acordo comercial de Trump com a China.

Isso não garante que o dólar vai continuar caindo frente ao real…

Longe disso!

Significa apenas que existe uma possibilidade de que ele fique ainda mais barato nas próximas semanas…

O que tornaria ainda mais atrativo o envio de recursos pelos brasileiros ao exterior.

Uma janela de oportunidade e tanto àqueles que ainda não possuem parte do patrimônio alocada no maravilhoso mundo de Wall Street…

Ainda mais depois da queda recente das ações americanas, que acabou gerando assimetrias muito vantajosas.

Aproveite!

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